UM MAGNÍFICO ESPETÁCULO
Hoje, despertei muito cedo.
Ainda estava escuro, o dia começava a despontar por aqui. Como não coloquei, nem pretendo colocar cortinas nas janelas, da cama avistei as águas do caudaloso rio.
Voando rente as janelas, gaivotas branquinhas feito neve, me desejavam bom dia. E, parece que me perguntavam: "ei, por que você, não desperta sempre nesse horário, para ver nosso voo matinal?!
Num bailado bordavam o céu que pouco a pouco, pintava-se de azul turquesa.
Lembrei-me dos bem te vis, que toda manhã cantam, pendurados na imensa sibipiruna que tenho no jardim de minha casa em São Paulo, e pensei: lá são eles, a me despertar, aqui são elas, as gaivotas, a encher meu acordar de beleza.
E constatei o que já sabia, a vida é linda e plena por toda parte, basta ter olhos pra ver.
Por isso não acredito em fronteiras, mas sim em estar bem consigo mesmo, se assim for, todo lugar nos trará alegria.
Mas, voltando ao despertar de hoje, depois de admirar essas aves de rara beleza, deitei meus olhos, por sobre as águas do rio, e avistei duas imensas embarcações que o cruzavam, silenciosas, singravam as águas com leveza, deixando atrás de si um rastro de espuma branca.
Os marrecos voando saíram das águas do rio, e buscaram os gramados, onde o sol, ainda tímido e frio, vinha beija-los.
Ao longe na outra margem a ilha de Manhattan ainda dormia.
Afinal, hoje é sábado, creio que poucos estão assistindo a apoteose do romper de mais um magnífico dia de sol, como eu.
(Foto da Autora)