E por falar em problemas e doenças...
É comum ouvirmos nas rodinhas de amigos a velha frase: “tem gente que só fala de doenças”. Igualmente comum é a contestação: “Epa, pera lá... Então eu não posso dizer que tô com dor de cabeça?”, calma aí gente... Ninguém é proibido de nada, muito menos de pensar com a voz, nos momentos das maiores dificuldades. Mas convenhamos... Há quem exagera nas descrições de doenças e problemas. Aí não há fígado que agüente.
Certa vez, atuando na área de vendas, tive que sair bem cedo pra fechar um contrato. No caminho passei pelo comércio de um amigo justamente no instante em que ele abria sua loja. Logicamente cumprimentei com meu bom dia simples, mas sincero. Ele respondeu de cara amarrada que bom dia só se fosse na minha opinião. Não podia aceitar as pessoas dizendo bom dia em meio à crise e a tanta quebradeira e desatou a falar contra tudo.
Fiquei por aproximadamente meia hora ouvindo meu muy amigo, até que ele terminou de “rezar seu terço”. Ao final da fala, dei meia volta e tomei o rumo de minha casa. Quando cheguei, fui pra cama e fiquei ali até descarregar toda a carga negativa de um muy amigo, com o qual nunca mais tive o prazer de conversar. Não que eu tenha me tornado inimigo dele, mas pra evitar que ele venha novamente descarregar merda no meu dia. E basta!
Retornando à parte inicial da prosa, problemas e doenças fazem parte da vida de todo mundo. Como cada um trata ou administra esses problemas e doenças é que faz o diferencial no momento de um bate papo. Certa vez, em conversa na fila do banco, uma senhora colocou a mão na altura do rim e reclamou de dor, à colega que estava ao lado. Foi tiro e queda. A outra abriu a caixa de ferramentas e despejou: “e eu então...” e falou de dores que nem Deus sabe explicar.
Em outra oportunidade, no ponto do ônibus, o rapaz nem bem falou de um mal estar estomacal e um cidadão deu início ao receituário de chazinhos caseiros. Foram cerca de cinco minutos e quase quinze receitas e suas respectivas doenças, graças a Deus, interrompidas com a providencial chegada do ônibus e a sorte de o cidadão não ter entrado junto. Ah, por falar nisso, agora tenho que interromper um pouco o texto pra tomar meus remédios contra hipertensão, alergia et cetera e tal. Com licença...
Fiore