Insônia

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3:45. Nada de sono e uma dor de estômago que está para me matar. O meu copo de coca-cola sente-se desprezado e eu mal consigo pensar. Tenho vontade de fazer muitas coisas, mas mal consigo mudar de posição na cama. Ou estou doente, ou o meu corpo se rendeu ao meu estado de espírito.

Pensei em ligar para algumas pessoas, mas nem créditos tenho, sem tirar que ninguém quer ser acordado a essa hora. Crio coragem e levanto para ligar a luz. Saco um livro da minha estante. Fernanda Young. Agora está tudo completo: insônia, dor de estômago, pobreza de espírito e Fernanda Young. Sinto-me um pouco melhor.

Começo a ler. Começo a querer vomitar e xingar tudo que ela xinga. Penso"OH GOD WHY?" Irônico, não é? Também sou fútil, afinal.

Não peço para ser compreendida. Penso que o amor já está fora de moda. Penso que dizer "eu te amo" se tornou banal. Penso que carnaval só é mais uma desculpa para não fazer nada e se embriagar. Penso muitas coisas, mas como isso não vai mudar nada, mesmo, guardo tudo para mim. Sou uma crítica incubada e medrosa.

Cheiro de cigarro me deixa enjoada. Até parece que estou grávida. Pode ser. Quando sinto cheiro de cigarro parece que vou abortar a qualquer momento. Meus pulmões começam a pular e a gritar. Não tenho mais tanta paciência.

Cheiro de bebida me irrita. Sou chata, mesmo. Gosto de ler, tenho uma máquina de escrever, escuto músicas antigas, sento na varada com uma xícara de café e sou um projeto (quase) fracassado de escritora.

Estou em um estado de transe. Se não fosse por causa do cansaço, juraria que estou drogada. Sou estupidamente careta. Não tenho coragem de me drogar. Em vez disso, fico lendo, lendo e lendo. Em vez disso, escuto música durante uma hora ou mais. Meu estômago está reclamando demais. Acho que resolvi adotar uma gastrite nervosa que não me deixa mais. Ou uma gastrite psicológica?

Gosto de pontos. Sinto que posso respirar quando uso essas coisinhas insignificantes.

Agora já chega, preciso dormir ou tentar.

Tchau!