COMPREFELICIDADE

Sempre fui avessa à ideia de participar de redes sociais sob dois argumentos: falta de tempo e desejo de privacidade. Ainda continuo sendo escrava do primeiro e adepta do segundo, contudo, em janeiro de 2012, eu me encontrava em Martha’s Vineyard, uma ilha em Massachusetts, aborrecida pelo marasmo característico de balneários durante o rigoroso frio americano, e decidi passar o restante das férias em New York.

A coisa seria simples se a Jocely Padilha, uma das J. Sisters, tivesse reconhecido imediatamente a minha voz ao telefone. Como senti insegurança na sua (posteriormente ela alegou conhecer quatro pessoas com o meu nome), também eu assim me senti e decidi que, antes de eu me aventurar a uma viagem de ônibus para a Big Apple, passando por vários estados, eu precisava conversar com sua irmã Janea Padilha, que ora reside em Timbuí- ES.

Como na viagem que eu fizera em 2008 para o Kentucky eu pagara mais de U$500,00 com telefonemas para o Brasil, fiquei escaldada e decidi que não cometeria a mesma sandice. Busquei a alternativa mais funcional e barata para resolver o meu “problema”: peguei o notebook de uma amiga, entrei no Facebook, me cadastrei, localizei minha amiga no Brasil, ela ligou para Jocely nos USA, lembrou-lhe que eu era a filha do saudoso tenente Nilo, e eu, por fim, fui super bem acolhida.

De volta ao Brasil, volta e meia eu entro no Face, localizo pessoas amigas, colegas e conhecidas e, sempre que posso, deixo um comentário gentil nos seus posts. Há duas noites, encontrei um vídeo de 4min e 54 segundos, partilhado por Fausto Zanon e Dayla Pandolfi, filhos de pessoas queridas como Lucileia e Guerino Luiz Zanon, e Zilda e Deni Almeida da Conceição, sob o nome: Comprefelicidade.

Acionei o play e, de cara, vi a bodyboarder, Neymara Carvalho e a seguir vi e ouvi 32 pessoas, dos níveis do Arcebispo Dom Silvestre, do Chef Juarez Campos (Oriundi), do Ronald Carvalho, do Vladimir Godoy, do Dr. Emilio Mameri, do Dr. Áureo Mameri da Dra. Angela Mameri, da Viviane Anselmé..., divulgando uma campanha de doação em favor do Hucam- Hospital Universitário Cassiano Antônio de Morais, mais conhecido como Hospital das Clínicas.

Embora eu soubesse que se tratava de um hospital escola para acadêmicos de medicina, eu ignorava que ele é laboratório de ensino para mais 07 cursos de graduação na área de saúde, que oferece 24 programas de residência médica e multiprofissional, e que é, também, campo de estágios, pesquisas, mestrados e doutorados.

Descobri, também, que seus recursos são 100% provenientes do SUS e que com eles o Hucam atende gestantes de alto risco, realiza cirurgias e procedimentos cardiológicos, hemodiálise e transplantes renais, cirurgias bariátricas, tornando-se referência estadual em Urologia, Neurologia Clínica, Oftalmologia, Hepatologia e atenção à criança e à mulher; em tratamentos de alcoolismo, cirrose, hepatite, Aids, DSTs, tuberculose e hanseníase.

Pela competência de sua equipe, o hospital poderia fazer muito mais, mas não tem dinheiro para se modernizar, para fazer obras, renovar-se ou adquirir novos equipamentos, e essa é a razão da campanha.

Ao término eu encontrei a chamada para o site http://www.comprefelicidade.com.br/ e imediatamente fui conferir. Encontrei o vídeo e a possibilidade de doar de maneira super fácil, R$10,00, R$50,00, R$100,00, R$200,00, R$250,00 e R$500,00. Não hesitei, fiz a minha modesta doação (e farei outras tão logo eu receba meu salário) e a seguir convoquei os meus amigos do Facebook a fazerem o mesmo.

Agora, convido os meus leitores e os meus amigos a assim procederem: entrem em http://www.comprefelicidade.com.br/ e façam suas doações! Vocês podem nunca vir a precisar desse hospital e é isso o que eu lhes desejo, do fundo do meu coração, mas é importante lembrarem-se de que são nossos atos e atitudes que nos enquadram ou não no seio da palavra “humanidade”.

Dirijo-me agora, em forma de versos, aos que não são tão amigos assim, aos que adoram juntar dinheiro, adquirir móveis e imóveis e/ou facilmente abrem suas bolsas e carteiras para comprarem roupas e acessórios caros a fim de ostentarem um status que nem sempre têm; especialmente àqueles de corações insensíveis, que são incapazes de pegar o telefone para doar para o Criança Esperança, para o Teleton ou para qualquer campanha que promova o bem:

“Se roda da fortuna girar, se tombos os levarem ao chão, espero que o Hucam possa atendê-los com tudo que partir de outros corações.”

NORMA ASTRÉA
Enviado por NORMA ASTRÉA em 16/02/2012
Reeditado em 23/02/2012
Código do texto: T3502538
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