O  amor que pode dar certo


 
 
            Primeiro, acontece a simpatia, e  até mesmo a empatia. Estes sentimentos unem as pessoas,   momentaneamente.  Mas para que aja o contato real entre duas  pessoas que se  pretendem  amar,  além da ponte que deverá ser levantada entre elas, e com uma cola especial pra não cair facilmente,  há que haver uma compreensão mais aguçada do seu próximo, da dualidade existente em cada ser humano, saber entender os conflitos internos do outro, seus fantasmas, seus delírios, suas dúvidas, incertezas, seus monstros, suas quedas e também seus triunfos, seus atos de coragem, suas generosidades, suas bondades, por que, não?   Enfim tudo isso que define a imensa complexidade de um ser humano. E a grande dificuldade de que tudo isso resulta.
            Aí é que reside toda a tormentosa  comunicação humana. Em geral e quase sempre nos aventuramos na relação com todos esses conflitos ainda não superados, provocando logo, logo uma batalha em que se joga no outro todos os seus embaraços.
            E o chamado amor é que deveria saber entender este jogo de dualidade, não para exigir do outro um certo comportamento que achamos  pretensiosamente correto, acertado, negando a personalidade multifacetada de todos nós.
            Raras as pessoas seguras, com uma visão maior e generosa do ser humano e do mundo para produzirem um contato efetivo, de entendimento da vida e que conseguem levar adiante um relacionamento amoroso, dando oportunidade ao outro de crescer na relação. Esta segurança, este autoconhecimento, esta mente mais aberta, com certeza saberia  construir uma ponte firme para que o outro aprendesse também a  caminhar com autonomia e  alegria. É nesta parceria envolvendo o conhecimento do outro, na aceitação das diferenças, mas com o respeito mútuo, com dedicação, com os cuidados que todos merecemos, que se pode ver um amor com grandes chances de dar certo.
            Fora deste contexto, meus amigos e amigas, pelo que venho vendo ao longo da minha vida, a relação vai seguramente fracassar. É o que dizem também os entendidos em psicologia há muito tempo.  As pessoas sendo mais usadas do que amadas, fazendo do outro de cobaia, testando suas inseguranças, seus medos, jogando suas neuroses, suas partes mal resolvidas em cima da outra pessoa. É quando aparecem os comportamentos estranhos, cobranças absurdas, que acabam por deteriorar a relação amorosa.
             O amor para frutificar exige o amadurecimento  do casal como comentamos.  
            O amor, sem dúvida, é a nossa necessidade básica  e é quase o tema único de todo o ser humano. Noventa por cento dos poemas que lemos são de amor.  Mesmo com o mundo ficando cada vez mais “frio” e a tecnologia se impondo ao humanismo, o romantismo não acaba,  porque ansiamos, queremos, lutamos, suplicamos, exigimos e gritamos por uma única coisa: queremos ser  compreendidos, aceitos, envolvidos em carinho. Corremos para o outro para receber o seu abraço.  Temos necessidade extrema de acabar com nossas carências.  Em conclusão,   queremos ser amados!