Juro que vi!

 



 

Hoje, ao entrar no supermercado, notei que uma mulher vindo em sentido contrário sorria pra mim. Gelei. Um arrepio esquisito percorreu meu corpo. Parei. Ela parou. Então, uma distância de uns cinco metros mais ou menos, se fez entre nós. Mil coisas passaram pela minha cabeça em fração de segundos. Se eu chegar mais perto, será que ela não vai me agarrar? Eu, hein?... Como é que ela podia estar ali?... Faz mais de ano que morreu!

 

Continuei olhando incrédula, ela sorria e lá de onde estava abriu os braços e disse: Ué, você não está me conhecendo? O pior é que eu estava...

 

Mas quando escutei aquela voz é que me dei conta. Respirei aliviada, não se tratava da falecida. Era sua irmã, minha amiga. Ainda arrepiada, contei-lhe da visão que tive. Eu vi a outra, direitinho, sem tirar nem pôr. E elas nem se pareciam tanto assim.

 

Rimos bastante, mas estávamos as duas um tanto nervosas. Eu, por motivos óbvios e ela, a viva, porque pensou que eu ia desmaiar. E também porque tivemos a nítida sensação de que a finada estava mesmo por ali, a zombar de nós...