O mundo de dentro
Outrora levantei, caminho e cogitei. Em curto espaço de tempo, sentei-me. Me agoniei, levantei, cogitei e sentei. Dessa vez não mais caminhei – creio ter sido surpreendido pela preguiça. Ao refletir, constatei que há um toque de beleza na inquietação. Nessa beleza, aprofundei. Caracteres outros, meus, aos poucos fui descobrindo, sem pensar. Só vivenciei aquele aspecto amargo, que, no fundo do meu ser, habitava; e também anunciava, coisas outras que não aquelas, as quais são um deleite descobrir. No entanto, construí o meu ser ali. Do desejo amargo - de me levantar a toda hora - vi nascer uma sensação madura, fruto apenas do prazer de sentar. E cá, nesse ponto, meditei. Fui das circunstâncias da vida à ideia da morte. Lúcido, sem medo. Malgrado isso, prantos de mim se espalharam, então. Ah, que dor intrépida! Adivinharia eu que de uma sentada escusa nasceria o conhecimento são? Todavia, foi ali que vivi, revivi e renasci, para o novo. Agonias muitas, me venham, no momento certo, pois, atento, lhas absorverei. E farei de vocês um mundo novo. Um mundo belo; nascido aqui, de dentro.