Meu mundo secreto
Muita gente fica surpresa por eu, nestes tempos de Internet, ter um diário. Perguntam-me por que eu sinto necessidade de escrever algo que, a princípio, não é para ninguem além de mim ler e dizem que o certo é a gente se abrir e não se esconder do mundo. A verdade é que eu mesma me perguntei por que eu queria escrever de mim apenas para mim mesma. Este questionamento pode não ter respondido à minha pergunta, porém, ajudou-me a fazer descobertas interessantes.
Em primeiro lugar, ter um diário me permite ter uma liberdade só minha, porque eu não devo seguir regras, mas fazer aquilo de que meu espírito está cheio, expressar os meus sentimentos tal e qual eles se apresentam e registrá-los sem medo de parecer ridícula ou de ser julgada.
Segundo, eu vejo que tenho um mundo só meu, o meu mundo secreto, onde eu posso me observar e me conhecer melhor, reconciliando-me comigo mesma, aprendendo a me analisar. Tendo um diário, eu posso embarcar numa aventura: a aventura de navegar pelos mares da minha alma, enfrentando as minhas tempestades internas, confrontando meus ângulos desconhecidos e meus medos. Escrever sobre a gente é penetrar numa floresta e perceber que nós não somos óbvios e precisamos nos entender sempre. Somos tão complexos quanto a própria vida e quanto o mundo que nos cerca.
Terceira vantagem. É a última que citarei mas, com certeza, há muitas vantagens que ainda descobrirei. Percebi que há coisas que não preciso conversar com mais ninguém se eu não me sinto à vontade em discuti-las. Posso muito bem guardá-las para mim e tentar entender o que elas significam, sem que o ponto de vista alheio interfira na minha conclusão final.
Se você ou qualquer outro que leu esta crônica tem um diário, espero que compartilhe do meu ponto de vista. Se não, que me compreenda.