Adeus, Senna da Silva
Vai Ayrton Senna. O Brasil está de luto. Um país , extremamente, carente de heróis, sofre com desespero a perda do seu ídolo. Ayrton Senna do Brasil. Só poderia ser Ayrton Senna da Silva. Um brasileiro nato, um fio de esperança de um povo sofrido e roubado...roubado de tudo, roubado do seu brio, da sua determinação. Com Ayrton o povo tinha um combustível, era a forma, a unica forma da chegada. Chegar para ser o primeiro no pódium, o único ayrton brasileiro da silva, o ídolo de um povo desesperado e cheio de medo do fracasso. Brasil mais fracasso, só parece que é igual a brasileiro. Mas existia o Ayrton. Um mito. O Deus da vitoria. O homem que fazia deste país, um mundo admirado e respeitado. Por que ele com sua obstinação impunha respeito. E, quando cruzava a linha da vitoria e num gesto nobre de menino, conquistava a bandeira nacional e a erguia com os punhos rígidos, mostrava para o mundo o quanto é alegre ser brasileiro, que , apesar de tudo, somos um povo vacinado com elixir da vitória.
Morreu Ayrton. E, com ele a esperança imediata de uma população fragilizada por tantos atos covardes, de tantos heróis de areia. Que passam pela vida da população, deixando o mau cheiro dos seus atos. Sempre com finalidade egoísta de tirar vantagens indevidas das situações. Situação que o próprio povo lhes conduziram.
Ayrton Senna era sinônimo de sucesso em tudo. Era a esperança de ver a Bandeira do Brasil tremular lá encima, a mais alta do mastro. Seja aonde fosse, elevava o seu nome Brasil...Brasil, agora de luto, sofrendo a sua perda irreparável. É como se todas as estrelas da nossa bandeira, formassem uma constelação magoada e se diluíssem em lágrimas de prata.
Vai Ayrton, você fez a sua parte. E, deixou como o principal legado a sua determinação. Agora é com quem tanto viveu as suas glórias e vangloriou-se com a sua cidadania. Agora somos nós, e, mais ninguém... Ayrton.
PORTO ALEGRE, 1994.