CISCADA DE GALINHA NÃO MATA PINTO

Dedico esse texto a todos os pais e professores, no que tange ao terrorismo em que vivem nos tempos atuais, na difícil missão de educarem os nossos jovens e prepará-los para o amanhã

Pelo que avaliam alguns profissionais de educação e psicólogos românticos de plantão, que se dizem modernos e se renderam aos encantos das novas técnicas de educação familiar, tornou-se fácil dizer que, “toda criança que apanhou fatalmente se tornará um pai agressor”. (aliás é incrível como todos nós gostamos de usar essa terminologia “moderna” para fazermos apologia de nossos atos em grande parte demagógicos ou no mínimo de neutralidade nociva). Portanto, educar com amor e carinho sim, mas no momento em que a punição se faz necessária, principalmente se na reincidência ou com gestos agressivos, a maneira mais eficaz é a aplicação do rigor que aquele momento sugerir ou de improviso ou mesmo de caso pensado.

Com todo respeito aos que pensam em agir com moderação, eu sou uma testemunha viva de que essa tese tem que ser mais amplamente discutida. Pais que amam de verdade os seus filhos (as), dão tapinhas que doem, mas essencialmente de amor, corretivos, preventivos de efeito imediato e não podem se sujeitar a regras de comportamento determinadas por Leis, geralmente elaboradas por pessoas que estão à procura de votos ou espaço na mídia e pior ainda quando querem se perpetuar no poder, agradando como se diz, a “Gregos e Troianos”.

São políticos em busca de reeleição desprovidos do senso da lógica e do conhecimento que hoje, se submetem às minorias ruidosas e que sustentam a imprensa mercenária e sensacionalista. Estamos infelizmente atrelados a dois ou três mundos diferentes, dentro de uma mesma área geográfica e temos que nos adaptar a esse comportamento sem padrão de uma sociedade, o que dificulta enormemente as ações corretivas da justiça quando ocorrem excessos. Mas a Lei de forma alguma pode estabelecer o caos na lógica do comportamento humano, com base em atitude de loucos mesmo quando chegam ao ponto de incomodar a sociedade nas páginas policiais. A policia é que tem que ser a repressora, pois isso não é definitivamente a função da Lei que apenas tem que ser clara e objetiva sem margens para interpretações dúbias. Estamos portanto confundindo as coisas ou promovendo inversão de valores. Então, nada anormal, quando o pai tem uma conduta também preventiva e usa sua autoridade para coibir abusos de seus filhos que têm que ser educados com rigor para que não se tornem os presidiários, os corruptos, os corruptores, ou os assassinos de amanhã, ou simplesmente lacaios, mercenários que vão jogar a humanidade do estacionamento do tempo da mediocridade e da insensatez.

Mesmo porque essa é uma questão de fórum intimo e assim continuarei repassando às minhas filhas e aos meus leitores de uma maneira geral, que se um filho seu (5 anos por exemplo) não obedece ao ensinamento do pai ou mãe que lhe diz: “Não ponha as suas mãos naquele fio meu filho, porque você vai levar um choque terrível, igual aquele da casa da vovó, lembra-se? – aguarde que o papai vai consertar já, já” – Ele continua em direção ao fio desencapado e ai você bem atento, não querendo que o seu filho se machuque, sai da fase de ensinamento para uma ordem bem enérgica. Mesmo assim, ele insiste, a tapinha chega dói muito mais em quem deu, mas finalmente resolve. Enganam-se aqueles que pensam que a criança guarda rancor. Ela reconhece imediatamente que aquilo foi extremamente necessário e para o seu próprio bem. Ela chora, mas no íntimo agradece por ter sido impedida de agir compulsivamente e desiste do espírito de competição. A sua inteligência prevalece sobre a emoção. Vai chorar, mas não vai levar o choque que poderia até determinar o fim de sua existência. (foi uma atitude violenta, mas preventiva e que com certeza evitou a tragédia).

No que tange ao termo, "isso é cultural" (uma força de expressão) pode ser, mas com certeza, um imperdoável equivoco de todos nós, e que não muda o rumo de todas as convicções a respeito do tema porque hoje tudo é muito rápido e as mudanças de comportamento têm que acompanhar todas as outras na mesma velocidade ou paralelos.

Reservo-me o direito natural de ser um autodidata nessa questão pela experiência de vida que tenho. Se não fui um pai perfeito nessa fase, uma tapinha ou outro jamais me transformaram em um carrasco, além de não acreditar sinceramente que os jovens de hoje nesse aspecto estejam sendo mais bem preparados para o futuro, do que aqueles que nasceram entre 4 a 5 décadas atrás. Os adultos de hoje, buscam caminhos muito mais fáceis da sobrevivência e sempre arranjam um jeito especial de enriquecer logo e nós sabemos o que eles fazem para conseguir o intento. Óbvio que nesse ponto, a gente pode abrir um leque de discussões muito grande e controvertido.

A família em sua nascente, é a soma de duas pessoas que se unem por amor e pelo desejo de cumprir o destino ao qual somos impelidos pelo secular e tradicional “crescei e multiplicai-vos”. O sonho da vida eterna se manifesta através dos filhos. E assim, no decorrer de alguns anos, a casa cheia, missão cumprida. Será ? – Pelo menos é o que se podia dizer antigamente, quando se tinha 6, 8, 10 filhos. Hoje, o medo, o pavor da violência limita a quantidade de filhos, as dificuldades financeiras um outro grande inibidor a ponto do Papa Bento XVI convocar os Europeus ao exercício sadio do sexo sublime, compromissado e claro, sem a não abençoada camisinha. Sua santidade, deveria também convocar Deus para uma varredura de ordem moral e se render à modernidade convocando milhares de peças defeituosas para o já tradicional “recall”.

Quero deixar claro aqui, que não estou defendendo o espancamento de crianças com palmadas constantes, diárias, deliberadas e como se diz, a sangue frio. Tenho refletido muito sobre o comportamento do ser humano, os acontecimentos na política de uns 40 anos pra cá e suas heranças malditas que vão se acumulando e durante todo esse tempo e principalmente agora, nos dias atuais, fico imaginando como devem estar se sentindo os pais de hoje, impotentes para tomarem decisões. E assim, indiretamente estou me sentindo muito mal, quando leio tanta coisa sobre o que querem fazer com os pais, quando estes tomam uma atitude mais severa contra os filhos no momento em que se sentem pressionados a tomar uma atitude violenta. Como devem estar se sentindo por exemplo os pais desses pobres detentos e criminosos espalhados pelas cadeias desse nosso imenso Brasil? Como devem estar se sentindo esses mesmos país, quando sabem que seus filhos estão por ai nas esquinas, assaltando, fugindo da policia por outros crimes e que podem ser presos ou mortos a qualquer momento ?

É muita cara de pau, querer colocar a culpa na pobreza ou na miséria para justificar a violência. Óbvio que esse fator pesa e muito, mas todo peso que se possa atribuir a esse câncer social, tem como causa determinante o fator educação que é composto do binômio estrutura familiar e ambiente escolar. A soma dessas duas convivências vai fazer o individuo se consolidar ou não. A religião ou ausência dela não conta, porque podem prestar atenção ela somente entra em cena “depois que a vaca foi pro brejo”. As igrejas, principalmente as de esquina, ficam cheias de arrependidos e criminosos anônimos possuidores de uma carga de medo, pelo menos por parte daqueles que ainda tem um pouco de fé e assim ficam receosos de uma represália divina.

Muito comum, a gente assistir na TV, pais e mães desesperados dando entrevista chorando porque seus filhos trilharam o caminho do mal. Mentira. Ele em sua grande maioria tem a culpa de tudo pois educaram seus filhos naquele caminho, consciente ou inconscientemente, ou então não tiveram a energia ou a coragem suficiente para imprimir algumas palmadas na infância que poderiam mudar o rumo das coisas. Ou pior, não tiveram como dar palmada porque lhes faltou o ingrediente moral, já que o mau exemplo que exalava deles, gerava o conflito de consciência. O Estado tem sua culpa considerável pois nas ultimas décadas em nome de uma liberdade fictícia, fechou os olhos para o tráfego de drogas permitindo assim o uso indiscriminado de drogas pesadas, o que aumentou a violência de adolescentes contra os pais. Como conseqüência houve o recuo, uma diminuição sensível no tamanho da autoridade e o medo da morte passaram a imperar. Diante disso, houve uma inversão dolorosa de se admitir, os filhos usuários de drogas (e não são poucos) passaram a aterrorizar pais e professores.

E para agravar ainda mais a situação, o poder aquisitivo tendo melhorado e as áreas de comercio por indução (Shoppings) que eu considero vitrines gigantes e provocativas de produtos em grande parte inúteis e que são consumidos muito mais pela vaidade do que pela necessidade, nos leva a reflexão profunda de que fala com muita propriedade o professor e advogado Edgar Flexa Ribeiro, quando diz;

“A cena é costumeira. A mãe vai ao Shopping comprar um vestido e não ousa voltar pra casa sem um brinquedo novo para o filho. O pai por sua vez, sente-se na obrigação de por em casa tudo que a TV sugere que as crianças deveriam ter”.

E assim, as crianças tanto ricas, quanto as mais pobres, (A TV está em todos os lugares) vão se tornando cada vez mais exigentes, pois já sabem (também pela TV) que não podem mais levar aqueles tapinhas corretivos e esporádicos de efeito imediato. E aí, haja vidraças, no mais amplo sentido da palavra.

Mas pelo menos que elas entendam um recado: Quebrem as janelas das próprias casas ou da casa do Vovô, mas cuidado com as vidraças dos vizinhos, pois aí, o bicho pode pegar. Aqui o ditado funciona ao contrário, “O chumbo não é com certeza, muito bom na bunda do veado”

Luiz Bento (Mostradanus)
Enviado por Luiz Bento (Mostradanus) em 12/02/2012
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