Línguas
Gosto muito de línguas, embora eu não conheça muitas... Ou pelo menos nem tantas quantas eu gostaria. Adoro apreciar suas nuances, particularidades e peculiaridades. Cada língua que passa por nós é única. Mesmo que passe outra vez. É por isso que quando passa, precisamos fazer bom uso dela.
E em meio a essas línguas que tenho oportunidade de conhecer, sempre descubro palavras que gosto muito. Ou mesmo entre as que eu já conhecia, claro. Muitas vezes a gente usa muito uma palavra sem prestar bem atenção nela. E de repente, nos surpreendemos com nossas velhas conhecidas!
Tem palavras que desviaram completamente o sentido desde a sua origem. “Etimologia” – eis o nome da área que estuda a origem das palavras e seu significado por meio da sua composição e evolução. Pode ser que a gente nem conheça esse nome estranho, mas seguramente já vimos em vários textos a explicação de algum vocábulo, começando assim: “do grego, significa...” ou “do latim, significa...”.
Isso mostra que muitas palavras da nossa língua vieram de outras, geralmente com alguma adaptação. A própria palavra “etimologia” vem do grego: “étimo” (ou étymos) é o verdadeiro significado de uma palavra e “lógos” significa ciência ou tratado. As tais palavras-fontes são chamadas de “étimos”.
Acho super legais essas curiosidades sobre “palavras”. Adoro palavras! Elas têm vida, sentimento e, como vemos, têm história!
Eu sempre desconfiei que as palavras não foram assim simplesmente inventadas, surgidas do nada. Elas vêm sim de algum lugar – com significado! Embora existam sim as palavras inventadas ou intencionalmente modificadas. A estas chamamos de “neologismos”. Também gosto deles. São criativos e livres!
Assim, as palavras têm uma trajetória, uma vida. Nascem de alguma forma, sobrevivem em bocas e escritas e depois morrem. O latim, por exemplo, já foi uma língua falada e muito escrita, mas hoje é morta.
Em geral, as línguas surgem espontaneamente, com junções de pessoas que originalmente falavam outras línguas ou da evolução cultural de um povo.
Existem também as línguas inventadas, como é o caso do “esperanto”. Seu criador foi um médico polaco – Ludwik Lejzer Zamenhof, que publicou a primeira versão do idioma em 1887, com a intenção de criar uma língua de mais fácil aprendizagem, que servisse como idioma internacional.
De toda forma, acho a língua muito interessante. Suas curiosidades me são excitantes. Não só como idioma, evidentemente, mas como órgão do corpo também. Gosto muito de estudar línguas. Aprendemos muito com elas.
Minha mãe que disse: “a língua é melhor e o pior órgão do corpo, pode salvar uma pessoa mas também pode arruiná-la.” De fato. A língua é capaz de proporcionar emoções e comoções.
E tem muita gente que trabalha com a língua. Não me refiro aos linguistas, gramáticos ou literários não. Tampouco é uma alusão a profissões que disponibilizam, além da língua, outras partes do corpo de forma erótica. Quem trabalha no comércio, por exemplo, usa demais a língua. O Engenheiro de Alimentos também precisa ter a língua bem treinada.
A língua nos faz pecar deliciosamente: quando nos rendemos aos prazeres da gula! De fato, há sim várias formas bem deleitosas de se pecar com a língua. E tem pecadinhos tão bons e inofensivos, que tenho certeza que Deus será benevolente e compreensivo suficiente a ponto de perdoar rapidamente quem os comete.
Como acabamos nos enveredando por este assunto da língua física, cá estou eu com a minha fértil criatividade para temas sórdidos, imaginando as diversas utilidades para este órgão liso, úmido, quente... (Para o bem público, é melhor até parar de escrever).
As formas são tão variadas, todas elas provocadoras dos mais diferentes prazeres. Porque não consigo pensar em uma única forma que a língua física seja capaz de provocar dor. Usando a língua falada, pode-se sim causar muitos sentimentos ruins. Portanto, fica aqui uma sugestão: faça o bem! Ao invés de provocar dores com a língua falada, proporcione(-se) prazeres com a língua física.
(Rio Preto, 11/02/2012)