Será que a Luiza tomou chá no Canadá?

 

 

Dizem que os ingleses, quando instalados na Índia, conheceram uma bebida chamada “tchaile”, pela qual se apaixonaram. Passaram, então, a despachar para a metrópole caixas e mais caixas de folhas desta planta, marcadas com a letra T. Por isso tomou o nome de “tea”, “thé” ou “te”. Deve ser uma brincadeira, porque o nome científico do arbusto é “thea sinenesis”. Para nós, a palavra veio diretamente do chinês “ch´a”, trazida pelos portugueses.

 

Em vários países a preferência pelo chá na refeição matinal supera o consumo de leite ou café. Na Inglaterra toma-se chá bem forte de manhã, à tarde e à noite. Franceses também o consomem bastante, deixando o café-com-leite para as crianças. Chamam de “thé” apenas o chá preto. Os outros são “tisanes” (infusões). E beneficiam-se de todas as marcas e variedades dos chás “ingleses”, considerados os melhores do mundo.

 

Nós não temos essa tradição. Antigamente, sempre que alguém se via doente, serviam-lhe chá e ele se tornou, então, para a maioria dos brasileiros, sinônimo de remédio.

 

Hoje em dia, com a valorização de tudo que é “natural”, voltaram à moda as velhas receitas de nossas avós. Para resolver alguns males, tomamos chá. De quebra-pedra, para problemas renais. Aquele amargo, de boldo, melhora a digestão. Infusão de folhas de guaco curam resfriado. O de erva cidreira (que não vejo mais à beira de estradas) acalma enjoos. Tem gente que até abusa, toma miraculosos chás sabe-se-lá-de-quê pensando que vai ficar magrinha, magrinha...

 

Eu não gosto muito de chás, só lembro deles quando faz muito frio. Mas outro dia com esse calorão me ofereceram mate gelado com sabor de pêssego, batido com gelo. Achei uma delícia!

        
 

         (*) texto reeditado)