O CARNAVAL DOS PROMOVIDOS ("Quanto maior o poder, mais perigoso é o abuso" — Edmund Burke)
Não sei se é mais ridículo nesse "carnaval": um lobo vestido de ovelha ou uma ovelha vestida de lobo! Só sei que é muito difícil lidar com os intrujados por uma qualquer das fantasias apregoadoras da moralidade e ainda se divertir com isso tudo. Eles brigam entre si, defendendo seus territórios e ainda adorando seus ídolos travestidos de extravagância, e eu morro de medo por ser apenas a grama ou a carniça presa em seus dentes. E de nenhuma forma poderei ser melhor, até porque meus colegas dizem nos corredores que sou o pior professor da instituição. Se nem sou reconhecido por meu chefe ou o chefe do meu chefe, o que realmente vai fazer a diferença? Fá-lo na hora do lanche ou na reunião do instante do recreio: fico calado escondendo-me atrás do Smartphone para me sair melhor. Lembrei-me dos urubus educados, vestidos de luto que também se alimentam de carniça! Já os vi vestidos de ovelha, sua falsidade não me devorou ainda, porque tenho veneno nas veias.
Fora cogitado a ser coordenador há muitos anos atrás e sofro até hoje com isso! Queriam me uniformizar com uma capa de lobo ou uma de ovelha e me ensinariam uivar como tal ou balir simplesmente! Contudo jamais quero ser a ovelha doente do final de rebanho que as feras preferem, tampouco quero ser o antropofágico com indigestão por ser forçado circunstancialmente a comer papelão. Deus me livre desses pecados! Tenho minha natureza bem delfinada, e nunca quero sofrer as consequências da falsidade ideológica dos fingidos num ambiente de educação no qual se ensina com exemplos.
Alguém tem de descarregar nos outros sua vingança, por as injustiças sofridas, então o faça a si mesmo. Pois, esse alguém sofredor, aprendeu bem, com suas feridas, como martirizar, do lado que mais dói, seus subalternos de então, aproveitando a inversão de papéis. Por aqui, na ciranda das pastas, a eficiência transborda! Acho que vou precisar de anticorpos para me proteger, o medo é meu amigo.