GATO PRETO

Era um domingo ensolarado. Alguns pivetes jogando bola na rua onde mal passava carros. A praia cheia de mulheres desfilando com seus biquínis minúsculos e suas coxas a mostras... Já os homens, como sempre, bebendo, “conversando bosta” e olhando pra todo rabo de saia que passava.

Uma mulher correndo louca de casa, pois seu marido ao chegar bêbado, queria quebrar tudo que lá dentro tinha. Mas não tava com um pingo de pena nem do bêbado, nem da mulher. Parece que ela gosta disso, pois sua casa ficava 200 metros de distância da delegacia de polícia. Parece que é assim: toda mulher tem o corpo de deusa, mas parece que sua alma é masoquista por si só. É como se fosse da natureza feminina o sofrimento. Vai parecer papo machista, mas não é não... Não passa de uma aflição que tenho por elas que tanto tempo viverem escorraçadas pelo nosso machismo imbecil.

Isso tudo, vi num simples passeio que fiz de bicicleta pela cidade onde moro no sertão brasileiro. A cidade se chama Roma. Seria um melhor nome se fosse de trás pra frente, pois se chamaria Amor. Ahhhh... E por fim, em frente à igreja, havia o cadáver de um gato preto no meio da rua. Acho que era o velório de suas 7 vidas que ali estava acontecendo. Mas, só havia duas velhinhas e um travestir dentro da igreja orando pelo gato.

Bom, ainda bem que, mesmo com toda ruindade, a igreja católica é bem mais democrática que as evangélicas. Jamais, em uma igreja evangélica aceitariam um travestir. De todo jeito, sei que do gatinho preto eu tive muito mais pena que do bêbado e da mulher masoquista que corria louca gritando mundo a fora.

Foi daí que encostei a bike na calçada da igreja, me sentei, pus 2 reais no ofertório, vi a estátua de uma linda santa, sem saber nem de qual santa se tratava, toda coberta em minha frente e comecei a rezar pelas 7 almas do gato. A santa era fascinante, mas era só uma estátua... Só uma estátua...

Daí quando estava eu de olhos fechados rezando com as mãos coladas, a santa cai em cima de minha cabeça e me lasca, abrindo um pequeno corte na testa. Não tinha mais o que fazer ali, saí da igreja e dei de cara com Ritinha de minissaia e um decote filha da puta. Ela me olha com aquele olhar de égua no cio, mas joga o cabelo de lado e faz o seu charme jogando seu traseiro de um lado pro outro sem pena alguma de mim. O que me fez chegar em casa, me masturbar sem pagar porra nenhuma e esquecer da santa que poucos minutos antes me acolheu, me olhou na cara, me fez por ela rezar, por ela ajudar a igreja com 2 mangos, e mesmo assim, lascou minha cabeça.

Bom, moral da estória: quando você ver uma santa na sua frente, fuja dela. Mas quando der de cara com uma rapariga, trate-a bem, pois se você pagar o que ela merece, você será o melhor homem do mundo.

Pode ter certeza, a face que trás um olhar muito doce e traduz uma imagem de santidade, esconde sempre uma alma vagabunda que usa o corpo pra fazer sua ruindade!

E não esqueça, foda é foda... Sem essa de sexo ou amor. A diferença é que quando se faz sexo com quem você gosta, você ama! E se for numa masturbação você come quem você quiser e ama quem quiser muito mais ainda!