CRAQUES ANTIGOS

CRAQUES ANTIGOS

Santo André nunca foi um grande celeiro de craques de futebol, com destaque nacional. Dos mais antigos, podemos citar o goleiro Oberdan Catani, do Palmeiras. Morou aqui por um bom tempo, numa casa ali por perto do Hospital Brasil, por volta dos anos de 1945 a 1950. A casa até hoje ainda está lá. Como ele, tivemos, também, o Begliomini, grande zagueiro que chegou até a seleção nacional.

Um pouco mais tarde, apareceu um goleiro no Ipiranga, o Ivo. Ainda vivo, volta e meia encontramos com ele, nas ruas centrais de Santo André. Mora no bairro da Casa Branca. Depois de abandonar o futebol, com uma idade já bem avançada, jogou pelo Panelinha. O Ivo é de uma simplicidade a toda prova. Ainda hoje, caminha pelas ruas com muita desenvoltura, apesar de já estar, creio eu, com mais de 80 anos. Enxuto, como se diz vulgarmente!

Após sair do Ipiranga, transferiu-se para a Portuguesa de Desportos, que, na época, formou um grande esquadrão. Guardo, na memória, o time completo: Ivo, Lorico e Nino. A linha média com Luizinho, Manelão e Hélio. E o ataque com Pinga II, Renato, Nininho, Pinga I e Simão. Só que, dificilmente, ganhava um título. Posteriormente, agregaram-se a esse time, o Brandãozinho, grande centro-médio, o Ceci, médio-volante, o Valter, lateral-esquerdo, que veio a falecer durante o jogo, de um colapso cardíaco, no Estádio do Pacaembu.

Lembro-me, perfeitamente, que aos domingos, quando jogavam São Paulo e Portuguesa, nos aspirantes da Lusa havia um goleiro de nome Bolívar, que devia pesar uns 150 quilos.

Outro grande jogador que ainda vejo pela cidade, apesar de sua fama não ultrapassar a região, é o Branquinho, excelente meia-direita do Corinthians de Santo André. No começo dos anos 50 do século passado, eu não perdia um jogo do alvinegro da Vila Alzira, como era chamado. Disputava ele o campeonato da 2ª Divisão de Profissionais da Federação Paulista de Futebol. Lembro-me de alguns de seus adversários, como o Hepacaré de Lorena, o Estrela da Saúde, da Capital, o Paulista de Jundiaí, o Estrela de Piquete, o Velo Clube de Rio Claro, Primavera de Indaiatuba, e alguns outros. Chegou a ser campeão em determinado ano. Na equipe jogavam, o Soriano (goleiro argentino), Roque, Bartolo, Radamés, Landão, (João ou Antonio, não me recordo) Dias, Valdemar, Zito, Armando, Branquinho, Campos, Luizinho Camargo, Wilson Apolônio, Turelli, Dore e outros.

Como já contei em outra ocasião, via Zastraz, o místico, assistindo o jogo, montado em seu cavalo.

Pelo que vocês vêem, meu mundo era o futebol! Mas, era o que tínhamos. Não havia clubes como hoje, não havia a televisão, não havia o computador. Quando vejo meus netos ligados nos sons, na internet, nos jogos eletrônicos, fico pensando, serão eles mais felizes, do que eu fui?

Acredito que, como disse certa vez Ivan Ângelo, em uma de suas crônicas na Veja SP, respondendo a essa dúvida, “feliz é o tempo em que vivemos”.

23/03/2011

Aristeu Fatal
Enviado por Aristeu Fatal em 10/02/2012
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