DESVENTURA
Nem uma palavra de carinho emitida...
A dor da solidão pesa no peito como saco de cimento de cinquenta quilos.
O que esperar da vida?
Tudo tão irreal!
E ele segue sua estrada, com os pés doendo da caminhada, esperando algo da sua amada, que não lembra do seu carinho.
Chora olhando as estrelas que brilham no céu e não entende o por que de tanta desventura.
Por que o gostar machuca tanto? Ele se pergunta e e não encontra a resposta.
Para num bar e bebe... Bebe até perder o sentido de tudo.
Sai cambaleando, rindo, como se fosse o palhaço feliz no picadeiro.
Num lapso de sanidade pensa: que dor o palhaço esconde?
Caminha pela rua deserta, pega uma atalho que leva ao morro e sobe...
Até chegar no topo, de onde olha as luzes acesas da cidade, onde muitos vivem suas vidas sem entender a razão e o por que de tudo, como ele.
Pensa na Joana que faz ponto perto da praça e que muitas vêzes o ouviu dizer do valor da vida, do valor que tem um carinho verdadeiro... que ri e e debocha das palavras de Ivo.
Num ímpeto de saudade e tristeza, uma lágrima rola no seu rosto, ele a engole e diz para si mesmo: homem não chora!
Num repente atira-se e flutua... pensando no vôo de um anjo ou querubim.
Sente seu corpo leve e respira aliviado por uma fração de segundos que termina quando seu corpo colidi com o chão... e tudo termina sem nenhuma palavra de carinho emitida, nem pelo vento.