Contar ou não?

http://algumtrocado.blogspot.com/2012/02/contar-ou-nao.html

Ainda não tive coragem de falar sobre isso. Talvez eu tenha medo de sentir tudo de novo. Acontece que ta sendo difícil ignorar essa montanha-russa de sentimentos dentro de mim. Às vezes balança tanto e faz tanto barulho, que fico enjoada.

Ainda não falei de você para ninguém. Talvez deva ser apenas uma coisa minha, mesmo. O problema é que tenho vontade de contar para o mundo, mas nem posso. O que trago no coração é para poucos. Se eu deixar que qualquer um entre, daqui a pouco estará lotado . Não contei, também, porque eu sei que as pessoas vão ficar dando palpites e falando coisas que não quero ouvir. Eu só quero poder fechar os olhos e viajar nesse paradoxo de vontade.

Quero poder pensar na casa arrumada, nos domingos acompanhados de muitos filmes, chocolate e pipoca. Poder pensar nas conversas jogadas fora e em todas as besteiras que irei falar. Gosto de pensar nas brigas e naquela vontade absurda de mandar o outro calar a boca e ir embora, mas com muitas lágrimas e voz trêmula, correr, abraçar apertadinho e pedir para ficar.

Poderíamos pensar na preguiça gostosa que é viver olhando para o céu, ficar o dia de pijama e colocar um bom cd para ouvir. Nada melhor do que boa companhia, café e chuva.

Não sei, tenho receio de querer demais de todos, sabe? Tudo deveria ser muito simples. Branco é branco, preto é preto, eu sou eu, você é você e nós somos tudo. Acontece que sempre damos um jeito de complicar. É quase engraçado quando um ai soa como uma frase de ofensa.

Gosto de quando está frio, encostar os pés gelados em outros pés gelados e ficar esfregando a procura de um pouco de calor. Gosto de poder escrever frases soltas e depois montar um texto, como se fosse um quebra-cabeça. Gosto de você.

Esse negócio de contar ou não contar já está sendo um problema. Ninguém pode querer desmentir aquela expressão de paixão e jeito abestalhado. Vou dizer o que? Mais fácil falar, mas nem posso, porque eu nem mesmo sei se você existe. Para mim, existe. É a tal da pessoa ideal.

Vamos logo juntar nossas coisinhas, deitar e assistir um filme romântico-dramático-cômico, que é a vida que vivemos. Mas não vamos ficar nervosos, ta bom? Trouxe duas xícaras de café, música ultrapassada e um pedaço de bolo de cenoura, para salvar.

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