Errar não é humano

Existe um ditado popular que diz: “A gente só morre quando chega nosso dia”. Sempre acreditei nisso, mas nos últimos anos temos sido cercados por uma nova forma de seres humanos. Seres que vem ao mundo em um núcleo familiar que não é apenas desestruturado, mas completamente fora do padrão normal de vida que conhecemos.

Essas “pessoas” nascem sem ter ao menos alguém que olhe nos seus olhos quando bebês e digam “Meu filho.”. E quando não são embaladas em sacos plásticos e jogadas na lata do lixo, elas, às vezes, conseguem sobreviver durante quinze ou vinte anos, aos trancos e barrancos, alimentados muitas vezes por farinha e cola de sapato. Elas sobrevivem.

Sobrevivem sem saber por que estão aqui. O que fazer aqui.

Até que um dia se vêem com uma arma na mão e o sentimento de ódio por tudo o que os cerca, até mesmo por sua própria existência. Neste dia, encontram qualquer um de nós. Encontram nossos pais, nossos filhos, nossos irmãos e amigos e esse encontro é desastroso. Sempre trágico para uma das partes. Assim como dois cometas se chocando na órbita espacial. E o que é mais irônico é que a parte mais consciente e mais racional deste encontro é sempre a que é derrotada.

Toda a educação, todos os valores, todo o amor que recebemos e damos e compartilhamos durante nossa vida não estão sendo suficientes para sobrevivermos em nosso próprio mundo. A qualquer momento, por possuirmos um carro, uma casa, ou até mesmo por não termos uma mísera nota de um real, podemos ser baleados, esfaqueados, mortos.

Que nova espécie humana é essa que surge em nosso planeta?

Como lutaremos contra ela?

Como sobreviveremos?

*Texto inspirado na morte de Bruno Ernesto em 08022012 (ver link abaixo) http://www.portalcorreio.com.br/noticias/matLer.asp?newsId=203106