O BORRACHUDO

 

 

Quando escrevi sobre Ubatuba, recebi comentário do Chico Chicão (Recanto das Letras) dizendo que eu esqueci de um companheiro inseparável: o Borrachudo. Confesso que na hora pensei em alguém talvez gordinho, com esse apelido. Quem seria?... Olhei novamente o nome, então é que me dei conta. Ele se referia ao inseto! É verdade, borrachudos não faltavam no litoral. Parece que hoje há menos por causa das dedetizações, não sei. E acho que atualmente os filtros solares contribuem para afastá-los das pessoas.

 

Seus ataques eram infernais, principalmente logo de manhã e ao cair da tarde. Os caiçaras diziam que para ter tranqüilidade passavam óleo de cozinha no corpo. Eu nunca tive coragem de fazer isto, preferia usar repelentes tradicionais, apesar do cheiro forte. Até que um dia, por acaso, descobri um produto inodoro e eficiente.

 

Naquela época ainda não existiam esses filtros solares, usávamos bronzeadores. Mas quem era muito branquinho sofria e quando uma amiga teve problemas de queimadura, o médico recomendou que ela se besuntasse de vaselina líquida para ir à praia. Achamos interessante e passamos a usar também, o que dava um bronzeado bem bonito. E o melhor, nenhum borrachudo nos picava. Meus filhos adoraram, assim podiam brincar sossegados no riozinho da praia sem ficar com as pernas inchadas.