NA PRAÇA
Jorge Linhaça
Avaré, 22 de novembro de 2005
13:15 até 15:20
Sentei naquela praça, tentando te esquecer...ops isso já escreveram...
A mesma praça, o mesmo banco, as mesmas flores o mesmo jardim...ihhhh isso também...
Sentei no banco da praça e deixei-me levar pelos sons que me envolviam.
O barulho da petizada na escola , na hora do recreio era um alarido ininteligível.
O canto dos pássaros, em doce melodia era entrecortado aqui e alí pelos gritos dos bem-te-vis
Uma suave brisa soprava-me no rosto, amenizando o calor de um dia absurdamente quente.
Pessoas passavam por mim, de um para outro lado, imersas em seus pensamentos.
O baraulho dos carros foi diminuindo em minha percepção.
As árvores davam um espetáculo à parte com sua matizes de verde.
Os postes de iluminação, de formata antigo, remetiam a alma ao passado, onde namorados deviam se beijar sob os lampiões de gás.
Na praça em frente um indigente dormitava sobre um palco desses construídos para não serem usados nunca.
Na terceira praça, isso mesmo, são tres praças em seqüência, como se outrora fosem apenas uma, que foi cortada pelas avenidas do progresso,
podia ver a igreja da matriz com seu campanário e seus sinos, de pronto lembrei-me de Quasímodo a tocar os sinos de Notre Dame.
As pessoas passavam por mim, indiferentes ou curiosas sobre esse cara que , sentando no banco da praça, escrevia compulsivamente.
Um sabiá laranjeira iniciou um dueto musical com um bem-te-vi, que durou alguns segundos.Duvido que alguém, além de mim haja percebido.
Ouvia os pássaros mas não os via, até que uma rolonha vem pousar no galho da árvore sobre minha cabeça, acompanhada de um verde beija-flor, que executa seu balé por entre os ramos da árvore. À minha frente as palmeiras farfalham tocadas pela brisa, enquanto uma borboleta cinzenta contorna os seus troncos.
Quantos sinais da divindade em um único lugar.
Para mim é cada vez mais impossível crer que tudo isso seja obra do acaso, de um big-bang holocáustico.Um dicionário não pode ser fruto da explosão de uma gráfica.
Os bem-te-vis, adivinhando meus pensamentos, acusam mimnha presença aos gritos...bem te vi, bem te vi...bem te vi..., antes de se aproximarem de mim e me observarem atentamente, para depois voarem para o poste de iluminação ao meu lado. Um deles voa, apanha um frutinho na palmeira próxima, e vem degusta-lo tranquilamente bem perto de mim.
Uma abelha negra vem brincar comigo e pousa na palma de minha mão, passeia e vai embora.
Uma aranha papa-moscas salta da árvore em meu pescoço, depois em minha camisa, minha perna e também para a minha mão, onde dá umas voltinhas antes de se precipitar ao solo.
A suave brisa aumenta, tornando-se vento por alguns momentos.
Agora é um cão malhado, que a usn 50 metros de mim, fareja o gramado, gira sobre si mesmo e decide deixar para a grama um presente, fertilizante orgãnico direto da fonte....kakakaka
Já se passaram duas horas, já é tempo de levantar acampamento, não sem antes presenciar o carro da prefeitura entrar pelos caminhos da praça e o prefeito da cidade saltar nos fundos do prédio do Paço Municipal, chamar alguns funcionários para que carreguem sua mala e entrar para trabalhar.
Coisas de praça do interior.
Jorge Linhaça
Avaré, 22 de novembro de 2005
13:15 até 15:20
Sentei naquela praça, tentando te esquecer...ops isso já escreveram...
A mesma praça, o mesmo banco, as mesmas flores o mesmo jardim...ihhhh isso também...
Sentei no banco da praça e deixei-me levar pelos sons que me envolviam.
O barulho da petizada na escola , na hora do recreio era um alarido ininteligível.
O canto dos pássaros, em doce melodia era entrecortado aqui e alí pelos gritos dos bem-te-vis
Uma suave brisa soprava-me no rosto, amenizando o calor de um dia absurdamente quente.
Pessoas passavam por mim, de um para outro lado, imersas em seus pensamentos.
O baraulho dos carros foi diminuindo em minha percepção.
As árvores davam um espetáculo à parte com sua matizes de verde.
Os postes de iluminação, de formata antigo, remetiam a alma ao passado, onde namorados deviam se beijar sob os lampiões de gás.
Na praça em frente um indigente dormitava sobre um palco desses construídos para não serem usados nunca.
Na terceira praça, isso mesmo, são tres praças em seqüência, como se outrora fosem apenas uma, que foi cortada pelas avenidas do progresso,
podia ver a igreja da matriz com seu campanário e seus sinos, de pronto lembrei-me de Quasímodo a tocar os sinos de Notre Dame.
As pessoas passavam por mim, indiferentes ou curiosas sobre esse cara que , sentando no banco da praça, escrevia compulsivamente.
Um sabiá laranjeira iniciou um dueto musical com um bem-te-vi, que durou alguns segundos.Duvido que alguém, além de mim haja percebido.
Ouvia os pássaros mas não os via, até que uma rolonha vem pousar no galho da árvore sobre minha cabeça, acompanhada de um verde beija-flor, que executa seu balé por entre os ramos da árvore. À minha frente as palmeiras farfalham tocadas pela brisa, enquanto uma borboleta cinzenta contorna os seus troncos.
Quantos sinais da divindade em um único lugar.
Para mim é cada vez mais impossível crer que tudo isso seja obra do acaso, de um big-bang holocáustico.Um dicionário não pode ser fruto da explosão de uma gráfica.
Os bem-te-vis, adivinhando meus pensamentos, acusam mimnha presença aos gritos...bem te vi, bem te vi...bem te vi..., antes de se aproximarem de mim e me observarem atentamente, para depois voarem para o poste de iluminação ao meu lado. Um deles voa, apanha um frutinho na palmeira próxima, e vem degusta-lo tranquilamente bem perto de mim.
Uma abelha negra vem brincar comigo e pousa na palma de minha mão, passeia e vai embora.
Uma aranha papa-moscas salta da árvore em meu pescoço, depois em minha camisa, minha perna e também para a minha mão, onde dá umas voltinhas antes de se precipitar ao solo.
A suave brisa aumenta, tornando-se vento por alguns momentos.
Agora é um cão malhado, que a usn 50 metros de mim, fareja o gramado, gira sobre si mesmo e decide deixar para a grama um presente, fertilizante orgãnico direto da fonte....kakakaka
Já se passaram duas horas, já é tempo de levantar acampamento, não sem antes presenciar o carro da prefeitura entrar pelos caminhos da praça e o prefeito da cidade saltar nos fundos do prédio do Paço Municipal, chamar alguns funcionários para que carreguem sua mala e entrar para trabalhar.
Coisas de praça do interior.