Caminhando conta ao vento sem Hexa ou sem Documento.
Reflexões sobre a Nossa Copa
Brasil, ano de 2014... Uma nova era de esperança se inicia neste vasto País varonil. Xingos, palavrões ou até as canções como a famosa: (Que País é este... é a por@#! do Brasil) ficam de lado e perdem espaço para o “Eu sou Brasileiro com muito orgulho e com muito amor”. Bandeiras penduradas nas janelas e cal colorido passado de broxa nos meios fios fazem com que o espírito brasileiro fique vivo e viril no coração do povo, cornetas barulhentas e foguetes estrondosos nem são incômodos, e por toda parte a camisa verde amarela é exposta como uma bandeira, um brasão de cada família, não importa se custou R$ 100,00 ou se custou R$ 10,00 na barraquinha do camelô... Não importa. Ser de marca X ou marca tal neste momento para todos é o de menos importa... Basta ser verde amarela.
Vizinhos que não se suportam se unem cortando papel em tirinhas, colando com grude e pendurando pelos postes em um momento simbólico de harmonia que chega quase ser mais belo e singelo que o Natal e festas Santas, e por toda parte uma só emoção parece fazer parte dos sentimentos comuns dos Brasileiros. Neste momento somos únicos, um único objetivo. Não existem ricos, nem pobres só Brasileiros.
Assim homens simples de enorme talento se tornam obrigatoriamente guerreiros com a terrível missão de serem campeões... Afinal são mais de 260 milhões de Brasileiros entrando em campo sobre as costas seladas e 11 jogadores escolhidos e que já tem suas cabeças colocadas na guilhotina antes mesmo de entrar na arena oficial e deixar a Terra Mãe Gentil mais orgulhosa... Afinal estamos em casa.
Precisamos vencer em casa e poder pegar o titulo tão desejado para ser esfregado na cara dos “Muchachos”. Assim, homens de cabelos engraçados terão sua cabeça estará segura, seu trono garantido e seu nome na calçada da fama será cravado. Mas se o amarelo da camisa se estender para os joelhos e amarelar as atitudes e com elas se consumirem o jeitinho Brasileiro de dar o escanteio e sair pela culatra... Hummm!!! Deixando as piadinhas a parte, retornaremos de novo ao espírito patriota que nos incendeia nesses dias e junto aos gigantes pela própria Natureza. Se preciso for chutes e ponta pés serão dados, afinal os guerreiros devem se defender da Amarela, neste caso não da camisa e sim o fantasma que nos ronda desde quando Ronaldo era só jogador e não a Jabulani Brasileira.Mesmo assim vamos nós...Brasileiros amantes da Bandeira Nacional, esquecer a tristeza que existe no País.Diferente de Dieguito,nesta copa ninguém prometerá tirar a roupa e andar pelas Ruas, afinal que novidade seria isso na copa, se em fevereiro muita gente isso faz?
Vamos pela sorte, pelos pedidos, pelas mandingas que uma galera por ai faz, esqueceremos do quanto deve ter sido desviado de verbas, de quantas bocas alimentariam o dinheiro gasto nos estádios, de quantas ruas calçariam com o dinheiro das “Reformas”, de quantos hospitais construiriam com o dinheiro das plaquinhas... A Copa é o nosso ideal, poderemos sair mais cedo do trabalho, seguindo a iniciativa do Senado que com certeza não irá trabalhar (como se isso fosse algo novo) e curtir junto aos familiares os momentos de apreciação do nosso amado futebol, na copa, na sala, no quarto ou no Bar e ouvir Galvão Bueno estender por quase 1 minuto sua estridente voz de estourar os tímpanos gritando “É Gol” com uma seqüência de puxa-saquismos sem igual. E como Brasileiros que não desistem nunca... Vamos ganhar em casa... A Copa é nossa, sem Waka Waka, a parada aqui é Samba, vamos juntos perante a miséria escondida com tinta colorida que pinta as favelas, com maquiagens feitas na bandidagem... Mesmo assim estamos todos nós de Braços dados ou Não... Caminhando conta ao vento sem Hexa ou sem Documento.
Por Douglas Leite