Do dia em que veio o 30 (ou será o 3 + 0?)
Paro pra pensar às vezes nos números. Na imensa sabedoria escondida por eles, em fazer múltiplas operações, ou então nenhuma, mas servindo como estatística para as pesquisas cotidianas. Curioso não? Imagina só quando se leva tais objetos para as pessoas. Mais precisamente quando se pergunta a idade de alguém. Será que tem resposta? Todos parecem tão ansiosos pra dizer os seus "números" (isso durante os vinte anos). Mas qual a sensação de quem chega aos 30?
Por agora eu não faço a menor ideia. A única coisa que sei é que conheço um cidadão "recém-trintão". Dele, eu posso dizer que alterna bem os dois extremos do número. Alterna momentos de puro "3+0", onde ninguém consegue entender o porquê das atitudes, mas observamos na esperança de que não dure muito tempo. E quando passa, invariavelmente surgem momentos "30", a cabeça se centra, e de repente aquilo que outrora era uma irritação passa logo a ser uma bobagem qualquer. Surge coisas maiores como os "trabalhos" e "trabalhos", e aí de quem for inventar de palpitar ou conversar com ele nessas horas. São os chamados momentos "tensos". Mas esses são apenas dois exemplos. Poderíamos levantar mais...
Isso se considerarmos que "30", é, em fato 3 x 10. Não que um adulto de tal idade equivalha a três crianças de dez anos. Tampouco, possua a energia de três crianças (até porque está voltando a praticar exercícios a pouco tempo, mas isso não vem ao caso). Mais pensando por essa outra faceta, podemos levantar grandes feitos em cada casa decimal. Aos dez, por exemplo, já "fugia" das aulas na escola. Não um feito muito admirado, mas certamente bastante curioso, além de ser um ato que suscita muitas dúvidas, as quais não irei responder porque para isso teria de remontar a todo um histórico familiar, fugindo do ponto principal desta crônica. Enfim, aos vinte fazia sua primeira exposição de suas obras, sim estamos falando de um artista! Talvez, por isso "fugia" da aula...
Mas, e agora o que faz aos "30"? Bem, muitas coisas começam a tomar conta como centro em sua caminhada. Uma delas é a finalização de um curso de mestrado, algo considerado "impossível" e "surreal" há exatos vinte anos. Curioso não? Pelo menos, eu achei. A outra é um passo gigante de amadurecimento: morar junto com a namorada. Um marco também bastante improvável nessa trajetória, se pensarmos no mesmo cidadão durante os seus "anos 20". É pra se preocupar?
Assim como Garricha era um "gênio das pernas tortas", o nosso personagem também pode ser visto como um "artista dos caminhos turvos", afinal sua história não parecia se encaminhar para um fim tão cedo. Não que tais mudanças sejam um final propriamente dito. Elas apenas abrem caminho para novas aventuras e vivências. O bacana seria saber o que ele pensa disso tudo. Dessas venturas intermitentes a "empurrar" o seu caminho. Um dia, eu pergunto. Só me resta saber se a resposta virá do 1o, 2o ou 3o "30" que possui. Ou vai ver surjam outros. Afinal, eu apenas falo, pois ainda não cheguei lá...
Andarilho das Sombras