ANO NOVO
O caminhão do lixeiro passa, fazendo algazarra misturando ao seu barulho as vozes dos lixeiros.
É um dia quente de verão, último dia do ano. Chove gotas fininhas que molham o asfalto, refletindo as luzes do natal passado que ainda enfeitam as casas.
No céu como estrelas cadentes, estouram os foguetes, embora faltem algumas horas para a virada do ano.
Uma brisa começa vagarosamente a refrescar a noite e a sacudir o penduricalho que soa no ritmo da rede de onde escrevo agora.
Os passos das pessoas na rua indiferentes com a garoa, o barulho dos carros, misturando-se ao meu pensamento que divaga, inerte com o tempo, sem amarguras do passado, nem preocupação com o futuro, simplesmente balançando com o meu corpo na rede.
Tramandaí, 31/12/2000