Quem será?...
Meu marido teve que ir a Paris, a trabalho. Era janeiro, e como eu e as crianças estávamos em férias, fomos também. Elas eram pequenas, Emília tinha oito anos e Manu, dez. Ficamos num apart hotel e todas as manhãs eles iam à padaria buscar croissants para o café, era ali perto, nem precisavam atravessar a rua. Passeávamos durante o dia, comíamos alguma coisa na rua e à noite eu preparava um pequeno jantar. Eu não cozinhava propriamente, comprava algumas coisas prontas ou congeladas, como tortas e sopas de legume. Às vezes fazia uma salada, uns bifes ou um macarrãzinho. E uma noite estava eu na mini-cozinha quando a campainha tocou. Quem será? pensei intrigada. Minhas amigas brasileiras tinham viajado. A amiga francesa estaria ocupada e o amigo francês já havia marcado um encontro conosco para o dia seguinte... Abri a porta curiosa, mas não havia ninguém no corredor. Pensei nas crianças, mas elas estavam atentas diante da televisão. Meu marido tomando banho... Assim que voltei para a cozinha, a campainha soou novamente. E lá fui eu para a porta outra vez. Ninguém no corredor! Foi então que meus filhos caíram na gargalhada. É o micro-ondas, mãe!
Pois é. Aquele forninho era de um modelo antiquado, mas eficiente. Assim que terminava o tempo de aquecimento, em vez de dar um apitinho, ele soava forte igualzinho à campainha da porta...