Conhece o Mário?
Eu disse quinta que ia publicar hoje um texto com esse nome. Já o escrevi, inclusive.
Não se iludam com ele, é um texto engraçadinho e infame sobre a velha piada aquela do Mário e do armário (já haviam desconfiado desde o princípio né?), bobajadas que eu adoro escrever porque me divirto com isso, dou sinceras boas risadas enquanto escrevo e, logo, intuo que algum de vocês também irá gostar de ler.
Mas vinha de casa agora aqui para a Lan House publicar o texto e dei uma passada na vídeo locadora que fica no caminho e da qual sou cliente. Foi eu chegar lá, por volta das 17h30min, e desabou um temporal em Charky City. Depois de calorões de 46 graus ontem, chuva torrencial hoje. A Groenlândia não é mais a mesma!
Fiquei 45 minutos acossado lá. Aproveitei para locar um filme, bater um papo com a atendente e tomar uma Coca Zero (não faço propaganda, mas é só o tipo de refri que eu posso tomar, por não ter açúcar). Para passar o tempo, depois de enjoar de apreciar as forças da natureza, sentei numas cadeiras que tem lá e fiquei lendo uma revista da área que eles disponibilizam para os clientes. Entre filmes, lançamentos, etc, uma matéria com uma dona de locadora há vinte anos no ramo, de São Carlos, SP.
Na matéria havia ainformação que o auge das locadoras foi na década de 90. Agora a dona reclamava da concorrência da pirataria e da Internet, onde o pessoal baixa de tudo. Chegam os "lançamentos" em DVD e blu-ray nas locadoras e os clientes já tem.
Velha história essa né, apesar de ser algo bem atual!
Isso afetou também as vendas de CD e, em parte menor, os cinemas, já que é difícil a pirataria de um filme que ainda não estreou em cinemas. Acontece, mas é pouco, devido as medidas de segurança que a indústria cultural voltada para o entretenimento tem desenvolvido.
O que fez eu escrever esse texto agora, no aguaceiro dos acontecimentos, é uma idéia que eu já venho tendo há tempos: que esse lance todo de pirataria vai afetar a qualidade e a quantidade da produção de conteúdo artístico audiovisual. Fortemente.
Quem vai investir muito na produção de um filme ou de um CD se a pirataria vai inviabilizar o retorno do investimento? Quem vai ficar anos escrevendo um livro, se profissionalizar, dedicar-se em tempo integral, só para impressionar as pessoas, sem o retorno financeiro para bancar tal empenho pessoal?
O mundo está mudando, percebemos, e eu entendo que essa questão da "produção de conteúdo" é o nó da questão, é a resposta e a situação em que as pessoas não pensam muito. Como a democratização do acesso vai afetar a produção do conteúdo, coisa além de varrer do mapa os distribuidores e vendedores/locadores?
Se a pirataria deu um grande acesso a produção cultural já existente para quem tem pouca grana, e isso é legal do ponto de vista da inclusão cultural, por outro lado afeta a produção de coisas novas.
Imagina gastar 300 milhões de dólares com um filme e ter prejuízo?
Fiquei pensando sobre isso agora e achei melhor trocar essa idéia com vocês do que escrever sobre o Mário ou fazer a crônica "Rock In Sistema II", idéia que tive ontem depois de assitir a uma apresentação do Capital Inicial e do Michel Teló no Planeta Atlântida, festival jovem daqui de Big River Sulist que ocorre no litoral. Daí achei que seria interesante fazer uma segunda parte de "Rock In Sistema".
Toquei nesse assunto assim, superficialmente, até porque isso aqui é um espaço de crônica, não de ensaios ou de artigos, e também porque creio que não estou escrevendo para neófitos e acredito na inteligência e na reflexão de vocês sobre o tema, para o que aguardo algum comentário interessante.
Publico a crônica do Mário na sexta que vem. A não ser que vocês prefiram que eu escreva o texto Rock In Sistema II de uma vez (a propósito: já leram o Rock In Sistema?). A escolha ou não escolha é de vocês.
Já são quase 19 horas.
Um grande abraço.
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Era isso pessoal. Toda sexta, final de tarde, estarei aqui no RL com uma nova crônica. Abraço a todos.
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