VILA ASSUNÇÃO

VILA ASSUNÇÃO

Por mais que eu tente, não consigo explicar o verdadeiro atrativo que sinto pela Vila Assunção. Sei lá, talvez pelo jeito simples de suas casas, a grande maioria sem recuo, com suas portas à beira da calçada. Seu povo, gente de aspecto humilde, trazendo aqueles traços de imigrante italiano. Dos tempos em que com as cadeiras nos passeios, a vizinhança, nas tardes quentes, colocava as conversas em dia, apreciando-nos, os moleques, nas brincadeiras próprias da idade. Tudo ali me leva a relembrar meus tempos de menino, da turma do Largo da Matriz, do campinho de futebol num terreno adjacente à casa do avô do Mário Mu, e da irmã Maria do Carmo Paschoal. Do armazém do Seu Joaquim dos Santos, o Ao Anjo Barateiro, pai de meu grande e saudoso amigo Nilton e da Astride. Da casa de material de construção do Turco, na esquina da João Ramalho com o Largo. Da lojinha do Bosqueiro, lá na praça. Do salão do Seu Denis, meu primeiro cortador de cabelo. Não falo barbeiro, porque não tinha barba. Da casa do Batuta Cranchi.

E, como se tudo isso não bastasse, foi, a Vila, meu berço de nascimento.

Nesses últimos dois dias, 18 e 19 de setembro de 2011, tive duas grandes satisfações, momentos que, para um saudosista como eu, que gosta de estar junto de amigos verdadeiros, me deixam ainda com maior alegria de viver. No domingo, comemorando o aniversário do Alba, bom companheiro de caminhada no Parque. Ali na Rua Santo André, num moderno conjunto de prédios, onde, antigamente, era a saudosa Tecelagem Tognato. Estavam todos os integrantes dos Meninos do Parque, numa feijoada deliciosa, feita pela Dona Wanda, esposa do aniversariante, que demonstrou seu dom de ótima cozinheira. Sem falar nos doces. O Professor Clóvis e a Tida, o Pedro Cia e a Maria Alice, o Antonio e a Zezé, o Zé Luiz e a Adelaide, o Gilberto e a Luiza, o Dr. Pedro e a Ivone, o Rudenei e a Neide, o Valter, a Neusa e o filho, o Luiz André e a Sueli, o José André, eu e a Iara. Integrou, também, nossa turma, o amigo Paulinho de O Boticário, sua simpática esposa e filhos. Foi um almoço muito agradável, com a presença de toda a família do Alba, e de seus amigos de Santos.

A segunda-feira foi um dia dedicado à memória. Recebi a visita de dois amigos, andreenses que moram em São Paulo. O Tidinho (Euclydes) Rocco e o Eduardo Dell’Antonia (Dell’A). Os dois filhos de famílias tradicionais de Santo André. Vieram especialmente para, junto a mim, revermos alguns pontos de nossa cidade. O Dell’A não conhecia o Museu Octaviano Gaiarsa. Visitamos aquele espaço cheio de fotos, troféus e peças históricas, de grande valor, principalmente o lugar, o antigo Primeiro Grupo Escolar Prof. José Augusto de Azevedo Antunes, na Senador Flaquer, onde o Tidinho, os irmãos do Dell’A e eu estudamos.

Chegamos até a solicitar retificações em legendas de fotos.

Depois, nos dirigimos à Churrascaria São João, lá no fim da Guilherme Marconi, local hoje sendo um moderno restaurante, muito diferente do Bar São João que conhecemos nos anos 50. Ali almoçamos um bom churrasco. Para encerrar nossa caminhada, fomos ao antigo e pranteado Bar da Saudade, agora um padaria e lanchonete. O que restou de interessante nesse local, foi um painel mostrando parte da Vila Assunção, tendo a Matriz como centro da foto, e seus arredores. Foto tirada em 1954. Eu o Dell’A nos deliciamos vendo as casas em que moramos, onde nasci, e o local onde o pai do Tidinho construiu a tecelagem da família.

Foi um dia de intensas recordações, de boas conversas e grandes gargalhadas.

Nem parecia uma segunda-feira...!

Aristeu Fatal
Enviado por Aristeu Fatal em 04/02/2012
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