VERGONHA DE MÃE (Lágrimas poderosas, as de crocodilo)
Que tipo de escola muda o aluno indisciplinado de sua sala, para uma turma de bom comportamento; ou, de lugar, pondo os bons no fundão e os dispersos nos primeiros lugares, na tentativa de conter a baderna? Qual é o foco dela, senão contaminar as outras "células" ou nivelar todo mundo por baixo?!
Naquela reunião, aquela mãe confessou passar por tamanha humilhação, tendo de ir à escola reivindicar o retorno de seu filho à sala anterior, considerando questões didáticas-pedagógicas superiores da família, jamais consideradas pelos pedagogos provocadores da mudança, e, diga-se de passagem, essa mãe era professora também. Quais critérios, na relação custo benefício, levaram em conta a maioria dos professores? Como eles votaram e concluíram sobre o tal aluno não poder ficar nessa ou naquela sala? Que pedagogia "OVINI" é essa cujos bons alunos da outra sala, a suposta anfitriã comportada, são ignorados para opinar? Alguns deles quiseram até sair de lá, quando ficaram sabendo do indivíduo indisciplinado que iria ser seu novo colega de sala!
Pois é, aquela mãe e seu filho saíram da sala dos professores aos pulos, valeram as "lágrimas de crocodilo". Eu nem queria estar na pele do coordenador e dos professores donos da causa naquele momento faustoso para ela. E posso apenas imaginar as implicações morais na vida da escola com uma certa satisfação também, por ter votado pela não discriminação do dito aluno, e não ter sido ouvido. Minha máxima é: Nunca se resolve problemas relacionais e de indisciplina, mudando o desordeiro de lugar, sem que o mude primeiramente de caráter. Ninguém merece! Só se deve promover alguém por mérito ou um motivo verdadeiramente nobre.
O que passou pela mente daquele aluno, de comportamento contrário às regras, quando recebeu a ordem de mudança de sala? Desconheço, mas tampouco foram bons pensamentos para dar no que deu! Quais foram os motivos reais da mudança dele no espaço físico? Será se não foi apenas um teste de poder? Agora sabemos quem pode mais na escola!
O que ainda de forma alguma compreendi, foi o fato de um aluno ser indisciplinado com um professor e com outro não, e isso tornar-se motivo de um manejo para uma sala de comportamento melhor, fazendo-o de "semente de iogurte", azedando a porção maior! Assim, também, tiraram a voz da minoria dos professores dele, os quais de jeito nenhum concordaram com a mudança. Porque se o for improdutivo com todos, a escola deve expulsá-lo de vez considerando o bem dele e dos outros. Aqui cabe o lugar-comum: "uma fruta podre estraga outras". E o pensamento de Henry Thoreau: "A massa nunca se eleva ao padrão do seu melhor membro; pelo contrário, degrada-se ao nível do pior."
Nós professores andamos como quem pisa em ovos! Iludidos que estamos podendo, fingimos ditar regras, mas na verdade essas regras são sempre ajustadas por baixo, os manda-chuvas mesmo são os pais e alunos, e as demais autoridades os protegem. O empregado bem sucedido diz: "o cliente sempre tem razão". E eu digo: "ita fiat"!