O AMOR É COMO UMA ESTAÇÃO DO ANO

A minha vida tem sido uma experiência incrível, uma aventura excursionando por mares, planícies e grandes montanhas. Caminhei, rodei nas estradas e naveguei em águas e ares... Conheci cidades, pessoas, amei e fui amado, mas apesar da minha longevidade de vida, jamais me expus a um rompimento resultante do conflito de gerações , e mesmo o ato de escrever, o medo e suas conseqüências, não me atrapalham diante da grandeza do tema que ultrapassa longe da minha memória e do eu entendimento secular...

As frivolidades dos tempos modernos são ascendências do veredicto temático dos épicos tempos de uma realeza infame consumida por um prazer insaciável da carne desnuda, da exploração da inocência lúdica de meninas que mal chagavam à puberdade e já se tornavam repastos de uma nobreza podre que exalava o mau cheiro e a imoralidade por longínquas terras...

Os bizarros temas de infidelidade e o conluio que ainda sem poder falar , murmuram nas alcovas e são de profunda serenidade e gracejos mais que envolvem vidas, interesses e até amores.

Eu, em viagens além corpo, e vôos longos e mergulhos profundos assim te vejo a todos os momentos e tento te abraçar, mas te esguias. É que não somos mais como fomos em outras vidas, você hoje sente –se totalmente fascinada pelos shoppings, pela moda e alta costura, a envolvência da supremacia dos emergentes de sucesso, enquanto que eu, lírico, abrangente nos temas sociais, eu amaria ser um cantor da noite, aquele que levasse as pessoas as mensagens de amor que elas gostassem de ouvir. Mais a minha voz cala ante a zoada infernal dos motores, dos gritos e insultos da impaciência de pessoas comuns, e da violência que me assusta, da frieza dos homens maus e do despudor de nossas mulheres que até conseguem comprar sexo de qualquer natureza...

Eu tenho dentro de mim a serenidade de um homem que ultrapassou a um século , a vontade de viver como um garoto de dezoito anos e a certeza de uma mulher que seja especial, ou não mais que se sinta minha por mais pelo menos sessenta anos...

Eu quero a brisa do amanhecer suavizando meu corpo e me extasiando com o perfume das flores do meu jardim, ouvir o canto dos pássaros, o marulhar das ondas batendo nas encostas de nossa casa e enchendo de espumas ao brancas como o teu vestido de noiva, e tu oh amada mulher, correndo em minha direção, recebendo meu abraço e um beijo interminável, ainda nesse verão...