Descoberta a nacionalidade do soldado desconhecido

A II Guerra Mundial acabou há quase 70 anos e até hoje depositam flores no túmulo do soldado desconhecido que existe simbolicamente em quase todo o mundo.

A grande dúvida sempre foi: quem e de que nacionalidade seria esse soldado? Quem vai à guerra sem ter documentos? Estranho.

Inglês? Pouco provável. Quando um inglês partia para guerra, até sua 5ª geração ficava sabendo.

Americano? Claro que não! Os ianques fizeram mais de mil estudos para ter esse anônimo herói em sua galeria para dele se vangloriar por todos os séculos e séculos.

Já pensou quantos filmes Hollywood faria?

Russo? Nada! Quem não o identificaria com dois metros de altura e pesando 150 quilos?

Italiano? Como não ser reconhecido com um nariz daquele tamanho?

Francês? Fora de cogitação. Seu perfume o identificaria.

Portanto, o soldado desconhecido era brasileiro. Cearense, para ser mais explícito.

No meu rápido raio X (X não, C, de Ceará), cheguei a essa conclusão: o cearense foge da maior seca do Nordeste para São Paulo e sabe-se lá porque acaba sendo ‘descarregado’ em Santos. Vê uma longa fila e pensando tratar-se de alguma coisa ligada à Assistência Social ou seleção para emprego, não pensa duas vezes.

O oficial encarregado da missão, aos gritos, pede silêncio e que sigam em frente. Bem que nosso futuro herói desconfiou daqueles rostos tristes, mas pensou que fosse de fome, igual a sua.

Quando deu por conta, estava dentro de um enorme navio rumo a Europa. Gritou, chorou, orou. Em vão.

Dias depois, com o estômago organizado e tendo em suas mãos um bom fuzil, ciente que lutaria pelo bem do Brasil e sendo primo em segundo grau (ou seria em primeiro?) de Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião, resolveu mostrar quem realmente era com a barriga cheia.

Não havia inimigo que ficasse em pé na sua frente e reclamava:

– Que falta faz minha ‘pexeira’. Ah, se o primo Creverson estive ao meu lado!

Um dia, com as calças arriadas fazendo suas necessidades, o inimigo o pegou. Só assim. Suas últimas palavras foram: “Meu padim Cíço...”

Resumindo: temos, enfim, um herói de peso, exemplo de bravura e coragem ímpar. O Genoma Humano está aí para provar essa tese.

Sugiro até que o feriado de 21 de Abril – Tiradentes, seja apagado do calendário brasileiro para dar lugar ao novo herói.

Seu nome? Raimundo. Raimundo da Silva.

E vivas ao Ceará.