AMORES...

Ao sentar-se á beira da tarde que se esvaia colorida por entre nuvens calmas e estrelas tímidas se esparramando no infinito tapete azul, sentia o suave murmurar do vento fresco que embalava ao insinuar uma melodia vinda do mar.

Se deixava envolver sentindo- se parte do universo como um todo e como única maneira de se deixar ficar imortalmente tênue na essência da vida... da própria alma (in)decifrável.

Quanto mais caía adormecida a tarde,mais alegre e colorida de brilho surgia a noite, guardando em si a não muito distante madrugada.

Vozes se misturavam a risos/lágrimas, adeuses e olás...

... mortes/vidas,mortes em vida. Amores sorrateiros , amores que

como óvulo fecundado se implantavam no útero do sentimento.

Amores ressentidos de não terem sido bem amados/festejados e

vividos em sua plenitude.

Amores que chegaram ao fim apesar de terem sido exaustivamente

amados e que por qualquer razão da vida apenas se olhava no espelho da alma e já não viam o brilho pleno do início.

Amores que brindavam com vinho o instante de efeito pleno no leito/eito de amor.

Amores que vinham e iam com as marolas espumantes, que brincavam de beijar a areia , refletindo estrelas cobertas de raios de luar.

Amores que não chegaram a vingar, feneceram abortados pela realidade que muitas vezes ,vamos falar a verdade, não tem muito espaço quando se ama ou se tenta amar.

Amores cometas de tão raros e intensos...

... amores estrelas cadentes/quentes,brilhantes e vividos em toda extensão do céu do sentimento.

Amores com gosto de morango, com cóceguinhas de borbulhas de champagnhe na pontinha do nariz.

Amores nem tão amores assim,que verteram lágrimas que ao secarem deixaram na alma esculturas de dúvidas do que poderia ter sido, se houvesse acontecido.

Não importava, sentada na morna pedra sobre o manso braço de oceano, em meio a festa da noite, pode se sentir meio feiticeira da alma e em uma espécie de transe viveu por alguns instantes as dores e as delícias de cada amor.

Se adormecera ou sonhara acordada, se havia sido o momento real ou se a ilusão fatídica de quem ama se apossara do ato/fato de união com o universo...

... jamais iria saber ao certo,afinal foi tocada pelo sopro melodioso

da brisa mansa que anunciava: o amor,seja ele qual e como for,jamais

irá morrer ,sempre estará imantado/impregnado/perpetuado nas estrelas que emolduram o infinito.

03/02/2012.

Márcia Barcelos.

Márcia Barcelos
Enviado por Márcia Barcelos em 03/02/2012
Código do texto: T3477993