COSTUMES CASEIROS

COSTUMES CASEIROS!

No telefone:

- Flávia, onde estão aqueles documentos que lhe dei?

- Mãe, já falei para a vovó que estão na primeira gaveta!

Aí comentei com a Priscila, colega de trabalho na Unimed, que estava ao meu lado, qual a casa que não tem a primeira gaveta! Acho que não existe! É uma instituição geral! Seja no quarto, na sala, no escritório, sempre há um lugar para ela. Em muitas até, existem diversas. Minha casa, não foge à regra. Dentre as muitas, a da sala de televisão é a mais importante. E nem precisa ser, como não é, a maior. Trata-se de um pequeno armário de papelão, bem reforçado, com quatro ou cinco gavetas. Destas, a primeira é minha. Ali estão pequenos objetos, como carregador de celular, alguns documentos temporários (notas fiscais que servem de garantia para algumas compras), e outras quinquilharias de uso imediato. Uma espécie de descartáveis. As outras gavetas serviam para cada filho, que, agora, ninguém mais morando conosco (eu e a Iara), servem para outras bugigangas.

Sempre tivemos a mania, em casa, de manter determinadas gavetas. Havia a de brinquedos, principalmente de jogos de mesa, dos carrinhos, pequenas bonecas da Pati, e outros que coubessem no referido espaço. Hoje esta ainda existe, e é o paraíso dos netos.

Quando eles vêm em casa, é o primeiro lugar alvo de suas investidas. Como também o é, a que guarda as guloseimas!

Outras gavetas, também de muita importância, eram as proibidas. Ali as crianças jamais podiam mexer. Existia a que guardava documentos, aquela que continha objetos de certo valor; aquela onde ficavam as costuras da Iara, o tricô, agulhas, tesoura, carretéis de linha; outra, onde eram guardados materiais escolares e congêneres.

Falando em proibida, a Iara sempre manteve outro local da casa, como não aberto aos filhos. As salas de jantar, e de visitas! Estas, como não foram e não são muito, ou quase nada, ainda hoje utilizadas, sempre estiveram impecáveis. Temos sofás que estão há perto de 40 anos, ou mais, conosco. Claro que com novos revestimentos.

Outro costume existente em toda casa, trata-se do cofrinho de moedas. Geralmente, um porquinho. Meus filhos sempre tiveram cada um o seu. Um meio de ensinar a criança a praticar os primeiros passos da economia, dar valor ao dinheiro. Hoje temos uma bandeja com a estatueta do Buda, onde colocamos as moedas. Dizem que dá sorte, traz a riqueza. Não custa tentar. Se não der certo, pelo menos é um modo de juntar moedas. Outro dia esvaziamos a bandeja, trocando o dinheiro com estabelecimento comercial que necessita muito de troco. Restou uma quantia considerável!

Na mesma linha de costumes, onde entra o aspecto das simpatias, é ter sobre um móvel a estatueta de coruja. Também dá sorte. Porém, segundo consta, você não pode comprar. Tem que ganhar o objeto.

Igualmente, traz sorte, dizem, ter um elefantinho em casa. Para chamá-la é preciso que o animal esteja com o bumbum virado para a porta de entrada.

Aristeu Fatal
Enviado por Aristeu Fatal em 03/02/2012
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