O NATAL PASSOU
Começo a recolher os enfeites da casa, as guirlandas que ornamentavam as portas, as luzes coloridas da varanda. Retiro o Menino Jesus e guardo cuidadosamente e vou acondicionando no estojo as demais peças do Presépio. Retiro também o Papai Noel que estava aqui, e outros que quedavam acolá.
Passo então a desmontar a Árvore de Natal. A cada bola que pego, um pensamento, uma nostalgia, uma lembrança, um reviver momentos, um sentir de emoções há muito tempo vivenciadas. A alegria da criança ao participar da ornamentação da casa. A lembrança da fita, com listras douradas, verdes e vermelhas, com que a mãe, depois de embalar, amarra os presentes. Fita que também ela usa para fazer belos laços a serem colocados nos diversos enfeites.
O que pedir a Papai Noel? Tenho que fazer logo minha cartinha.
Lembro o montar cuidadoso dá árvore. Em cada pequeno orifício do caule, um galhinho verde sendo enfiado; depois os chumaços de algodão que eram esgarçados, cortados em tiras delgadas e colocados longitudinalmente sobre os galhinhos para simular a neve. Sim, aquela neve que cai nos locais frios onde o Papai Noel anda num trenó cheio de presentes e desce pelas chaminés para colocá-los nos sapatinhos das crianças.
A neve de algodão sobre os galhos, chega o momento de amarrar as bolas de diversos tamanhos e cores, todas de uma beleza e de um brilho divinais.
No alto da árvore, cada vez mais bonita, uma estrela que brilha e que transporta todos à Belém do nascimento do Menino Deus.
E o anjinho pendurado logo abaixo da estrela! Que lindo!
Na criança um brilho nos olhos, uma esperança, uma alegria pela festa que já começou. Tudo é encantamento, Jesus vai chegar e chegará também o velhinho gordo de barbas brancas trazendo um presente de Natal.
Chamam à porta, meu encanto se quebra e vejo que aqueles natais já se foram e que esse Natal já passou.
14/01/2012