BAIRRO DO PINHEIRINHO – PODRES PODERES! – POBRE POVO! – POBRE GENTE!

O que dizer de um pais em 2012! O que dizer de um país em 2012, quando este país é o Brasil!

O que dizer de um país, cujo símbolo da justiça é uma figura mitológica cega! O que dizer de um pais, cuja lei é fria, arrepiosa e tendenciosa! O que dizer de um pais onde às vezes a magistratura é caolha e zarolha! O que dizer de um pais, onde seus políticos são indiferentes às causas populares, arrepiosos, tendenciosos, cegos, caolhos e zarolhos!

Recentemente, perguntei a um amigo de infância, Joselito Gomes, que é repórter cinegrafista: Qual a reportagem, ao longo destes anos em sua carreira que mais lhe emocionou? Perguntei – lhe. – Foi a do tratorista que descumpriu um ordem judicial e não acionou a retroescavadeira e não derrubou uma casa no bairro Palestina, em Salvador, casa esta com sete crianças no seu interior. Respondeu-me o meu grande amigo Joselito.

Se eu fizesse a seguinte pergunta ao meu amigo Joselito: O episódio do Pinheirinho, poderia ser uma reportagem que marcaria muito a sua vida, se estivesse trabalhado nela? A resposta será dada oportunamente pelo meu amigo, pois ainda não lhe fiz tal pergunta.

O que presenciamos no bairro Pinheirinho, em São José dos Campos, talvez o maior polo industrial Aeronáutico da América do Sul, foi algo descabido para os dias de hoje. Governos, Federal, Estadual e municipal, indiferentes à causa popular. Uma magistratura incapaz de usar da equidade e da jurisprudência , para dar um passo à frente e passar o Brasil a limpo no ponto de vista da justiça, principalmente a justiça social. Uma polícia , violenta e truculenta, lembrando-me da polícia da era da ditadura. Tudo isto em uma ponta da legalidade. Na outra ponta, um megaespeculador, responsável por desastres financeiros com grandes prejuízos ao Brasil, na outra ponta da legalidade. No meio, uma gente indefesa, sendo expulsa como se fosse invasores do exterior, escorraçados, humilhados, dignidade humana ferida , identidade e cidadania roubadas. Para financiar estádios de futebol e isentar a Fifa de impostos , favorecendo todos aqueles que roubam e sonegam , há vontade política, há a equidade da justiça! Mas o povo, a gente necessitada, que construiu a sua identidade em uma área sem utilização, que apenas existe para especulação imobiliária e financeira.

Havia uma ordem de supressão do despejo. Mas a justiça paulistana e a polícia militar fizeram se de cegos. O que a televisão mostrou, parecia uma Canudos Urbana, com aquela gente sendo esmigalhada pela Nova República do Brasil.

Como eu ficaria feliz, se o oficial de justiça, os militares e os motoristas das retroescavadeiras seguissem o exemplo do motorista da retroescavadeira no episódio de Salvador, e descumprissem a Lei. Afinal de contas, a Lei foi feita pelos homens e pode ser modificada por eles. Certa vez, o ex-presidente do Supremo Tribunal Federal respondeu a seguinte pergunta no Programa Roda Viva da TV Cultura de São Paulo: Por que o STF oficializou a cassação do Fernando Collor e depois o absolveu? Respondeu o Ministro: - O STF usa duas vertentes; Se o momento é de clamor político, usa-se um julgamento político. Se o clamor e de justiça, usa – se um julgamento dentro dos parâmetros jurídicos.

Então, por que não se utilizou o clamor social na questão do Pinheirinho? Respondo: Porque os interesses financeiros naquela região são mais importantes para o poder público, do que os interesses sociais. E os poderes, os três poderes da República, da Nova República,perderam a oportunidade de passarem o Brasil a limpo.

Por-que o megaespeculador não foi cobrado judicialmente pelos impostos atrasados? Por que não foi executado pela Prefeitura de São José dos Campos? Enquanto não se tem a resposta, Pobre Povo! Pobre Gente! E o que há de podre nos poderes um dia será de fato passado a limpo?

Falei.

Joãozinho de Dona Rosa