A MERCEARIA DE SEU MACIEL

A MERCEARIA DE SEU MACIEL

Esse comércio era considerado um dos maiores estabelecimentos comerciais da cidade. Quem conheceu essa mercearia sabe que existia uma grande diversificação de mercadoria. A variedade era tamanha que, muitas vezes, uma pessoa dizia para outra: “o que você está procurando, só encontra na mercearia de seu Maciel”. Muitos produtos e objetos se espalhavam pelo balcão, pelas prateleiras, pelo teto e até no piso.

Lembro-me de algumas mercadorias que formavam o estoque, uma verdadeira miscelânea, mas era o local que muitos pedro-avelinenses encontravam o que queriam, sem se deslocar a Natal. Exemplos: pá; enxada; facão; canivete; sandália; dobradiça; prego; martelo; alicate; parafuso; fechadura; copo de alumínio; corda; candeeiro; lamparina; querosene a retalho, que o matuto chamava de gás.

A mercearia também era sortida do grosso, como chamamos. Cada saco tinha a boca arregaçada de feijão, farinha, arroz e açúcar. A medida era a cuia. O café podia ser em pó ou em caroço. Depois esses produtos passaram a ser no peso, na balança Filizolla. Outros produtos que eram vendidos na mercearia: anilina; pólvora; espoleta; chumbo; prato; copo; talheres; xícaras; confeito; fumo em pacote; papel de cigarro; fósforo; vela; sabão em barra.

Seu Maciel tinha produtos como se fosse um verdadeiro armarinho: Gilette; sabonetes Gessy, Lux e Palmolive; zíper; linha; agulha; botão; talcos Gessy e Granado; desodorante Mistral; leite de rosas; creme de barbear Bozzano; brilhantina Glostora; esmalte; acetona; óleo de ovo; água de colônia; marrafa; pente; espelho de bolso; diadema; chupeta; elástico; dedal.

Nesse comércio também podia encontrar material escolar: caderno de arame fino; lápis de pau; máquina para fazer a ponta do lápis; borracha; papel almaço, para fazer o cabeçalho para a prova no Grupo Abel Furtado. Além de comida para passarinho, como alpista e painço. E muitos outros produtos e objetos que eu não lembro.

De maneira que, seu Maciel e dona Sofia formaram um casal perfeito e educaram todos os seus filhos através dessa mercearia inusitada, para a época. Hoje, os filhos são exemplos dignos, alguns são funcionários públicos e, outros, profissionais liberais.

Marcos Calaça
Enviado por Marcos Calaça em 02/02/2012
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