Há quarenta dias celebrou-se com alegria o Natal do Senhor. Passado o tempo da quarentena  chegou o dia em que Jesus foi apresentado ao Templo por Maria e José,  em conformidade à Lei do Antigo Testamento. 
Celebra-se em 2 de fevereiro a Festa das Luzes (cf. Lc 2,30-32), que se originou no Oriente com o nome de “Hipapante”, isto é, “Encontro”.
Velas são benzidas solenemente.
            A denominação litúrgica da cerimônia é Apresentação do Senhor e com ela se encerra as celebrações natalinas e com a oferta da Virgem Mãe e a profecia de Simeão abre-se o caminho rumo à Páscoa. Popularmente é o dia de Nossa Senhora da Luz, das Candeias, da Candelária, de Copacabana...
            Era exigência da lei a apresentação do primogênito no templo... Estavam lá um velho e uma velha, venerandos anciãos que esperavam mudanças em Israel, prova de que nem todo velho é conservador. Simeão e Ana, octogenários... Ambos profetas que souberam ver no menininho pobre a resposta para Israel oprimida pelo Império.
            A lição é luminosa! Quem crê em Deus não pode estacionar nem se conformar com a opressão e o sofrimento do povo (Lenapena na sua crônica de ontem, 31 de janeiro, “A Idade pouco importa” tem um parágrafo soberbo sobre isso).
            Penso que Deus continua agindo e em cada criança que se leva à Igreja está uma chance para o mundo se redimir. Aliás, prefiro mil vez o choro das crianças durante as celebrações que o silêncio no templo, porque elas e suas mães ficaram em casa, com medo de incomodar.
            Pois é... Incomoda não!
                                     

           
            Toma-me entre as mãos
Como um pássaro, como uma flor,
Como qualquer coisa de frágil
Que precisa proteção e carinho,
Como uma chama talvez,
Uma lâmpada, uma luz que qualquer sopro ameaça.