Do meu 3º livro publicado:
As duas facesda Vida
Editora Livro Rápido (www.livrorapido.com)
REIS E MENDIGOS
Bom mesmo é!... Que todas as diferenças terminam assim. Disse o Senhor, o Deus todo poderoso!... Aquele cuja glória é absoluta, inatingível! Eterna!... Creia a humanidade ou não: "Tu és pó, e ao pó voltarás." (Gênesis 3, 19). Apresentem-me alguém "maior que Ele", para impedir que seja assim!... e aí eu direi: Este é grande.
REIS E MENDIGOS
Para ser poetisa é preciso…
Conhecer melhor o mundo:
Seguir os passos dos reis
Mas também dos vagabundos!
E ser fiel à “história”
Em dois extremos profundos.
Os reis se sentam no trono!
Os vagabundos?! — no chão;
Mesa de rei é banquete;
Mendigo, migalhas e esmolas!
Veste de mendigo é trapo!
Dos reis?! — capas e coroas
Revestidas de ouro e prata;
Os reis residem em palácios;
Mendigos moram em palhoças;
E nas cidades, as marquises,
Abrigam os que sob elas dormem;
Os reis ordenam e exigem;
Mendigos pedem e imploram!...
Caminhos que não se cruzam!
Batentes que não se encostam!...
Mas aí!... O tempo grita!...
Transformando o que escrevi:
Deixa iguais reis e mendigos
Poder para isso ele tem!
E aos poucos reis e mendigos
Nas armadilhas do tempo
Aproximam-se e nem percebem
Quão tão próximos estão:
O rei deixa o seu reinado
Com trono, coroa e escudos;
O mendigo, como herança,
Deixa as marquises e a distância
Dos que lá continuaram;
E aí reis e mendigos
Nas armadilhas do tempo
Misturam-se e tornam-se iguais:
Dormindo na mesma cama;
Vestidos de terra e lama
Que sepultura se chama
O final de todos nós:
Nem mais tronos, nem marquises!...
Nem banquetes, nem esmolas!
Só catacumbas!... Só túmulos!...
Aí sim!... Tornaram-se profundas!...
Duas extremas histórias.
Autora:
Poetisa Inês Nery