Apenas se permitiu...
Adormeceu contando estrelas emolduradas pelo prateado raio de luar,sentindo a brisa suave beijando sua face suada em noite típica de verão.
Flutuou entre nuvens,ouvindo ecos dos acordes do universo...
Pulou por sobre ondas do mar, navegou espumas/brumas e buscou estrelas do firmamento que cairam distraidamente no oceano.
Percebeu a madrugada enluarada/enlutada de saudades,amanhecendo aos poucos com sons multicoloridos de matizes sonoros que mesclaram a alma.
Teceu na face maquiagem de lembranças esculpidas em lágrimas que teimavam em rolar/secar ao vento suave que acariciava e batia no rosto já marcado pelas rugas/rusgas do tempo.
Sentiu o aroma do que se foi sem nunca ter sido,o gosto insano e
insensato do desgosto.
Em sua luta incansável pela sua verdadeira essência,meio que alquebrada/partilhada tal qual milhares de cacos/poeira de estrelas,se deixou perder em meio a via láctea de sonhos irreais e pesadelos verdadeiros...
Se sentiu parte ( ?) do que nem sabia existir e se descompassou da infame realidade ardida pelo medo incontido do que não sabia prever/
haver. Havia???
Não entendia em vida nada da morte e muito menos morria sabendo viver...
...Não importava, não se importou.
Apenas se permitiu ouvir o eco das nuvens refletindo em pétalas derramadas dos canteiros de estrelas,sobre as ondas do mar infinito.
Não sabia se era real a fantasia ou se fantasiava o que desejava ser real,sonhava apenas...
...Apenas se permitiu.
30/01/2012.
Márcia Barcelos.