FACEBOOK...
Ana era das antigas, como se dizia antigamente, sem ser redundante e já o sendo.
Não aderiu ao orkut e muito menos ao facebook, expor a vida em público significava para ela esconder/ocultar para não falar mentir sobre si mesma para quem partilhava sua vida e sua rotina cama/mesa e porque não banho?....
Mas aos poucos foi desvendando o outro em nada mais nada menos do que uma página de internet, chamada rede social. Social para os outros,porém oculta/oclusa para ela.
Mulher forte que já fora menina frágil,ou mulher frágil que um dia foi menina forte, já nem sabia, mas para falar a verdade já nem importava ou iria fazer diferença.
O fato é que após uma certa altura da vida descobria facetas novas de partes fragmentadas da própria vida em páginas sociais de redes que balançavam não ao som de folhas de coqueiros e ondas/marolas do mar calmo de um nordeste qualquer.
O pior, descobria que somente após muitas outras pessoas,a maioria estranhas a ela,conhecia verdades que faziam parte de sua realidade,que já nem sabia se era real.
Mas Ana apenas saiu da página, escondeu a face, mergulhada em um book social (?), da qual era excluída apesar de fazer parte ainda que (in)diretamente.
Abriu uma aba em seu computador e navegou por horas a fio, sem porto, sem cais e sem saber o destino/rumo/prumo,enfim... cansada se deixou naufragar sob a luz das estrelas e da tímida lua.
Ana naquela noite se afogou de realidade escondida/verdade oculta/ omissa/mentirosa...
Fechou a página e flutuou/boiando em busca de sua essência, não sabia se era verdade o seu existir, aguardava apenas mais uma publicação em um perfil qualquer de um facebooK.
30/01/2012.
Márcia Barcelos.