Conselhos a terceiros e terceiranistas

Por que A Arte da viajosidade é um diário com raras conversas de praça

à Amanda Vital, 'aquela pessoa', e a todas as outras.

Bem, eu queria fazer uma crônica, mas não é meu estilo e está longe de ser, meus caros leitores invisíveis. Vai mais parecer um relato de 'meu querido diário'. Primeiro por que o nosso texto não sairá do meu quarto [ou do seu, depende de onde está seu pc]. Depois por que vai ser meio meloso, complicado, fora do lugar, algo do tipo. Não sou do tipo que saio pelas ruas e escrevo algo interessante que vi depois. Vejo muitas coisas cinzas, e se vejo algo interessante, escrevo Haikais, uns tercetos japoneses, ou outro tipo de poema surtado. Talvez isso mude, muita coisa mudou pra mim ultimamente, mas uma que nunca vai mudar é a mania de deitar na cama e olhar o teto ('tipo exótico' o leitor deve estar pensando. É isso mesmo). Olhar o teto me dá ideias, inspiração, paz. Ainda vou olhar o teto com 'aquela pessoa' um dia e me perguntar por que diabos faço isso. Perguntarei a ela também, só pra ter duas opiniões em uma (digo uma por que nesses momentos eu e a pessoa seremos uma só). Bem, mas não é sobre isso que eu queria falar, só por algo que passa por perto disso. Sou do tipo complicado que gosta de enrolar, perceberam? Indo direto ao assunto agora...comecemos:

Estava no meu quarto, olhando o teto, como quase sempre, e lembrei da minha 'irmã mais nova'. Não, não tenho irmã mais nova. Ela é só como se fosse uma. Na verdade, muito mais do que isso, mas não é o algo que venha ao nosso causo. O causo é. Fiquei pensando e lembrei "nossa, ela vai fazer o terceiro ano né..."e pensei em dar aquele sermão de irmão mais velho a ela. Algo do tipo... mas não sou do tipo que sai por aí, nem posso encontrá-la no momento, mesmo que eu saia e rode a cidade, ela me pediu pra esperá-la que um dia ela aparecia (deveria ter chovido nessas horas, eu lembro 'daquela pessoa' quando chove). Então, como eu resolvo meus problemas complicados olhando o teto mesmo, me veio a ideia de imaginar um encontro com ela pra dar o tal sermão. Afinal, é necessário (não, não é, mas ajuda, dá força, dá moral, dá vigor, coisas assim). Então imaginei algo como encontrá-la no branco banco da praça, assim passando casualmente e gritar "maninha!" de longe e acenar com a mão. Aí eu sento perto dela e conversamos sobre a vida, os ventos, os elfos. E bem, lembro do tal terceiro ano e começo o sermão e os conselhos: "Sabe, maninha, terceiro ano é uma viagem... é nostálgico pensar nisso agora. Bem, o meu não foi dos mais perfeitos, mas não me arrependo de nada. Foi bom. Espero que o seu seja melhor que o meu, e que você também não se arrependa. Ah, e aproveite cada momento. Vão ser mesmo os últimos. Então sinta totalmente a nostalgia, intensamente, e sinta totalmente as alegrias, intensamente. Sinta o stress também, intensamente. É o momento pra sentir tudo e guardar o que quiser. Você vai encontrar amigos antigos e pessoas novas, como sempre. Mas algumas delas você vai encontrar pela última vez. Outras vão te ver no meio da rua e dizer "eaê, como tu tá?" e relembrar um pouco os velhos tempos e perguntar sobre pessoas. As pessoas são coisas interessantes que vem e vão direto, e poucas delas sobrarão depois disso. As essenciais. Você saberá reconhecê-las ao longo desse ano. São pessoas das quais nunca devemos esquecer, mesmo que se afastem por um motivo ou outro. Ah, vão ter uns momentos bem especiais também. Só posso te falar isso sobre o terceiro ano, não tenho muito a falar sobre coisas que envolvam muitas pessoas... mas espero que te ajude. Ah, e depois vem a faculdade... bem, a faculdade é besteira. Parece uma escola, só que mais intensa. Exige mais, você vai gostar mais do que te agrada e odiar mais o que te dá desgosto, ter mais felicidade, e mais stress. Sabe o que é mais importante numa facul? Escolher. Não escolha por dinheiro, por status, por indicação de outros, sério. Escolha pelo que acha que vai gostar de fazer no futuro. As alegrias vão ser enormes e os estresses dificílimos de aturar. Só aguentamos os defeitos das coisas que nós gostamos, irmã. É muito difícil terminar curso de algo que não gostamos. Até gostando de algo pensamos em desistir, imagina odiando? Por isso a escolha é importante. Que faculdade, onde fazer, como lidar com ela, são coisas que apenas você mesmo pode e deve escolher. Se já achou todas essas respostas, é ótimo. Se não, ainda tens um ano inteiro pra pensar com muito cuidado. É seu futuro e felicidade que está em jogo. Boa sorte e bom terceiro ano, irmã. Vou me indo agora, e qualquer coisa, você me acha por aí...eu sempre vou te ajudar no que der, afinal, somos irmãos, né?". E depois eu ia embora feliz por ter tentado ajudar e tal, aquelas coisas que irmãos fazem. Bem, mas como nossas coisas são muito complicadas pra tentar ser escritas aqui, que os ventos levem os 'conselhos de irmão mais velho' a ela e a todos os outros terceiranistas que vierem esse ano e nos próximos. E se acharem minha irmã ou 'aquela pessoa' por aí, digam um outro conselho, esse vale pra todo tipo de pessoa, para terceiranistas e terceiros: "Cada um escolhe como deve ser feliz, e essa é uma escolha que não deve ser questionada. Mas não é apenas algo a se questionar, e sim a responder. A procura da resposta à pergunta "como você vai ser feliz?" é a própria felicidade. O caminho, as coisas que vemos na viagem, não a chegada, não o fim. Aproveite a viagem da vida e seja feliz do jeito que escolheu ser melhor. Não ligue muito pro resto, o resto é besteira, ser feliz é que é importante. Seja feliz, sempre."

Dija Darkdija

P.S.: Nada parecido com uma crônica, né? Eu complico demais, algumas pessoas gostam disso, outras odeiam, e eu amo. Só sei escrever desse jeito, por que só sei ser assim. Espero que tenham apreciado o texto e levem os conselhos para os terceiranistas e 'aquelas pessoas'. Para si próprios, também. Ah, aproveite seu terceiro ano, irmã. E nunca esqueça de ser feliz, o resto é besteira.