Mar Bravo
Mar Bravo
Verão. Férias. Manhã de sol e céu azul. Praia cheia.
O mar hoje está bravo. As ondas começam a quebrar-se lá no fundo. O mar explode contra as rochas em violência e desespero, bramindo. Ergue sua fúria ao alto, em jorros de branca espuma.
Quando está manso, chega-se às rochas suavemente, em doce marulhar. Sua estrita fímbria branca as abraça e beija delicadamente, com ternura apaixonada.
Hoje, não. Hoje está tomado por sua própria fúria.
Ao longo da praia, advertências de perigo espetadas na areia, como gigantes picolés vermelhos e amarelos.
Os guarda-vidas caminham pela orla, chamando com seus apitos, ou aos gritos, banhistas imprudentes.
Um helicóptero sobrevoa a praia. Lá do alto, seus ocupantes gritam aos banhistas, que começam a voltar em direção à praia. Mal o helicóptero se afasta, eles voltam.
Dali a pouco o helicóptero volta, baixa mais, dele saltam guarda-vidas para acudir algum imprudente quase a afogar-se.
Comoção na praia. Ajuntamentos, falatório. Felizmente, nada de mais grave ocorreu.
O helicóptero pousa na areia, na ponta da praia, recolhe os guarda-vidas que haviam saltado, e se vai. Novo ajuntamento para ver o embarque e a decolagem.
Os banhistas, novamente, desrespeitando os alertas, e já esquecidos do incidente, voltam a distanciar-se no mar.
Lu Narbot
Ubatuba, 23/01/2012