Kodak e meu tio...(nanocrônica)
Ao ouvir sobre a concordata da Kodak, me deu uma saudade do meu tio, o Maestro Marconi Campos da Silva (Trio Marayá) na minha meninice adorava passar as férias na sua casa em São Paulo.
Bem! Explico melhor: é que ele tinha um quartinho escuro em que revelava as suas fotos. Nossa! Aquilo era surreal...! Ficar olhando meu tio passar os filmes nas bacias, com os líquidos mágicos, e, logo, depois de um tempo tirar as fotos com as pinças de bambu, que ele mesmo fabricava e pendurá-las no varal. Lembro de um relógio feito por ele que não tinha ponteiros e mesmo assim contava o tempo e o avisava do horário de tirar de uma bacia e colocar o papel fotográfico na outra.
Quando a porta do quartinho estava fechada com ele no seu interior, ninguém podia abri-la, pois uma fresta de luz que o invadisse..., lá, ia todo o seu trabalho por água abaixo.
Meu tio aos meus olhos de criança era melhor que o Mago Merlin e mais inteligente que o Professor Pardal (Quadrinhos da Disney), ele inventava e fazia todos os instrumentos desde a máquina escura até as pinças de bambu...
Kodak sempre foi o seu filme preferido e tudo em preto e branco... Nostalgia? Sim! Mas, o tempo acelerou o processo tecnológico e as mudanças ocorrem num piscar de olhos.