Tento, tento, tanto tempo.
Tento mudar meu jeito.
Tento mudar os hábitos.
Tento ser menos egocêntrica, mas, entre outras coisas, a compulsiva mania de escrever em um blog na internet não deixa. Falo de mim demasiadamente. É o fim da picada.
Tento ser menos inconstante. Ser mais lógica, pelo menos por algum instante. Mas não consigo. Estou muito dentro e no minuto seguinte, muito fora.
Tento perder a mania de apreciar as co...isas só no fim. Parar com essa história de que a tristeza inspira. Não inspira porra nenhuma. A tristeza pira.
Tento, então, fazer parte deste outro lado, com pessoas muito lindas, loiras e leves – onde não há ninguém triste. Onde, talvez, não saber muito evite as angústias de saber um pouco mais.
Mas esse lado não me apetece.
Tento mudar as coisas mais simples: falar menos palavrões, manter meu quarto organizado, ligar mais para os meus amigos. Não consigo.
Tento cuidar mais de mim. Usar o creme anti-celulites carésimo que comprei e não tenho disciplina suficiente (e, talvez, nem vaidade) para passá-lo.
Tento mudar a mania de achar que cerveja cura, que ‘pra sempre’ não dura, que mulher feliz é mulher segura.
Tento mudar minha ideia de que os outros vão mudar. - Ninguém muda.
Eu mesma não consigo. Tento, faço projetos, prendo ridículos contratos que fiz comigo mesma no meu espelho: a partir de hoje, 75 dias de dieta. Assino e tudo; não funciona.
As pessoas não mudam. Se estão infelizes, no máximo, se mudam ou usam máscaras.