A vingança da dona Idalina.
Há dois dias chove torrencialmente na Baixada Santista.
Hoje acordei tarde como se estivesse de férias. Não tenho nada pra fazer na rua, e a casa foi bem cuidada pela faxineira.
Ler, escrever e hidratar os cabelos é o meu programa de hoje.
Ainda vestia pijamas quando o interfone disparou. Passei a mão num vestido solto e desci as escadas, cuidadosamente: “Oi quem é?”
O interfone permaneceu mudo. Tornei a perguntar, e nada.
Toda vez que acontece isso, sorrio e me lembro de quando fazia o mesmo na única casa que tinha campainha no bairro onde nasci.
Coitada da dona Idalina! Será que ela ainda não se sentiu vingada?