Aldeia de pesca
Tão logo surgem os primeiros raios de Sol, anunciando o dia, as casas simples, construídas perto uma das outras, demonstram movimento.
A fumaça indica que o fogo está aceso. Fogão de lenha; o gás é insosso, não transmite sabor ao feijão catado e escolhido, de molho na véspera. A velha panela de barro, curtida antes de ser usada com toucinho bastante esfregado na sua parte interna, e levado ao fogo até a camada penetrar no barro, ritual de três dias, no mínimo, começa a ser preparada para ir para o fogo. A do café, já tem água fervendo.
Não demora e vai sair um odor que o vento, ainda terral, leva ao oceano, partes distantes, um delicioso convite.
Está na mesa. Café, pão preparado em casa, socado, batido, amassado e feito com muito carinho, como todo o resto da comida. Mortadela e margarina, dura mais do que manteiga. Alguns homens tomam meio copo de cachaça, depois da farta comilança. Se tiver banana, melhor não misturar com a branquinha que Aristeu produz com carinho. Lembranças do tempo em que trabalhou numa fazenda famosa, lá pelos cantos do sertão. Alambique de barro, coisa rara. Não envenena a maldita com os inevitáveis sais de cobre, que enjoam e dão dor de cabeça.
Estão prontos. Canoas e barcos robustos vão ao mar, arrastados pela areia afora, pela força dos pescadores. Rede tratada, forte, no caldo da aroeira, que transmite a cor siena queimada. Vão com fé. Todos já rezaram, pedindo a proteção de São Pedro.
E é rede no mar, canoas cercando, canoas puxando, peixes bons, outros nem tanto, depois de puxado o arrastão. Escolhem alguns para levar para casa. Muitos outros o carro frigorífico leva e paga na hora ou no fim da semana, depende do trato.
É o cotidiano de quem trabalha no mar, garantindo o nosso peixe.
Têm outros. Embarcados em traineiras, razoável conforto e muito trabalho, passam, por vezes, uma semana no mar. Trabalho duro para geralmente cinco homens, que nos asseguram tão bom alimento.
Nada parecido como os que andam de paletó, gravata, e grifes famosas.
Tão logo surgem os primeiros raios de Sol, anunciando o dia, as casas simples, construídas perto uma das outras, demonstram movimento.
A fumaça indica que o fogo está aceso. Fogão de lenha; o gás é insosso, não transmite sabor ao feijão catado e escolhido, de molho na véspera. A velha panela de barro, curtida antes de ser usada com toucinho bastante esfregado na sua parte interna, e levado ao fogo até a camada penetrar no barro, ritual de três dias, no mínimo, começa a ser preparada para ir para o fogo. A do café, já tem água fervendo.
Não demora e vai sair um odor que o vento, ainda terral, leva ao oceano, partes distantes, um delicioso convite.
Está na mesa. Café, pão preparado em casa, socado, batido, amassado e feito com muito carinho, como todo o resto da comida. Mortadela e margarina, dura mais do que manteiga. Alguns homens tomam meio copo de cachaça, depois da farta comilança. Se tiver banana, melhor não misturar com a branquinha que Aristeu produz com carinho. Lembranças do tempo em que trabalhou numa fazenda famosa, lá pelos cantos do sertão. Alambique de barro, coisa rara. Não envenena a maldita com os inevitáveis sais de cobre, que enjoam e dão dor de cabeça.
Estão prontos. Canoas e barcos robustos vão ao mar, arrastados pela areia afora, pela força dos pescadores. Rede tratada, forte, no caldo da aroeira, que transmite a cor siena queimada. Vão com fé. Todos já rezaram, pedindo a proteção de São Pedro.
E é rede no mar, canoas cercando, canoas puxando, peixes bons, outros nem tanto, depois de puxado o arrastão. Escolhem alguns para levar para casa. Muitos outros o carro frigorífico leva e paga na hora ou no fim da semana, depende do trato.
É o cotidiano de quem trabalha no mar, garantindo o nosso peixe.
Têm outros. Embarcados em traineiras, razoável conforto e muito trabalho, passam, por vezes, uma semana no mar. Trabalho duro para geralmente cinco homens, que nos asseguram tão bom alimento.
Nada parecido como os que andam de paletó, gravata, e grifes famosas.