O Velho, o Idoso, a Sabedoria e a Hipocrisia Humana

“...Gostaria de ter de volta meus 20 anos, mas com a cabeça que tenho hoje...”

Como dizia meu Velho Prof. De Filosofia (notou que usei o vocábulo velho?), estou pensando alto. Posso errar, entrar em contradição e até praticar injustiça, mas essa não é minha intenção. É que a natureza da mente humana tem os recursos que podem avançar ou retroceder sem se preocupar com opiniões externas. Pensar tem operação inversa, já falar não tem esse mesmo poder. Falou, tá falado. Lembram da: “A Palavra, a pena e o Vento?”. É isso ai... A Hipocrisia Humana usa como indumentária a Palavra. Acha ela que, se encontrar vocábulos adequados, podemos agredir uma pessoa sem conseqüências negativas. Daí o duelo de adjetivos, substantivos, verbos, advérbios, quando se pensa uma coisa, mas propositalmente diz outra. Chamo isso de prática da Hipocrisia. É comum não se aceitar ser chamado de Velho. Tem que ser Idoso! Por que na cabeça dos Hipócritas, Velho é pejorativo. Idoso é admirável. Será que dizer: Vem cá meu Velho. Me ajuda sair dessa enrascada!!! É pejorativo? Ou então: Ele é um idoso que vive às custas dos filhos, a contragosto deles, porque nunca teve a capacidade de educá-los. São palavras de elogio e respeito? Muitos que nunca praticaram respeito com as crianças, adultos ou velhos (ou idosos como queiram) é que ficam procurando palavras para não se comprometerem por assim pensarem. Desde que é concebido o ser vivo merece respeito, até porque a cada milésimo de tempo ele fica mais velho. Quem é jovem e quem é velho? Onde está o limite?

Conta-se que um velho cachorro se perdeu de sua dona num safári na África e de repente se viu espreitado por um faminto Leopardo. Correr, as pernas já não suportavam. Enfrentá-lo, como é de sua Natureza, já não tinha tanta força e destreza. Viu alguns ossos atirados na beira da estrada, virou de costas para fera e se pôs a roê-los. Quando estava a ponto de escuta, disse: Que saco!!! Esse Leopardo que abati num único golpe estava magro. Continuo com fome...Tomara que apareça outro para que eu possa terminar meu almoço... O Leopardo, como bom selvagem, se arrepiou diante da incógnita força daquele Cão. Afastou-se. Do alto de uma árvore um Macaco que estava sempre sendo ameaçado ao beber no pequeno regato, resolveu fazer uma composição. A uma segura distância informou o Leopardo da farsa. Em troco queria proteção pelo resto da vida enquanto bebesse ou praticasse qualquer coisa fora do seu meio. Acordo feito, pulou nas costas do felino e partiram em busca do Cão. Este ao notar a cena raciocinou rápido e disse em alto em bom tom: Que bom que o Macaco conseguiu convencer minha presa e agora o final do almoço está garantido!!! Rápido, o Leopardo deu uma freada nas 4 patas girou 180 graus, soltando o macaco na poeira e desaparecendo em seguida na floresta. A longa experiência da vida fez com que a força dos inimigos ficasse em segundo plano (oldack/23/01/012).

Oldack Mendes
Enviado por Oldack Mendes em 25/01/2012
Reeditado em 25/01/2012
Código do texto: T3460728