Satisfação Garantida ...

Me vejo dentro de um pequeno iate, sob um dia limpo, com o céu esnobando o sol e todo aquele calor, no meio do belíssimo e aberto mar. Entre uma vastidão e outra, penso que sofreria em alguns momentos com a ação do vento, que sopra em diversas direções, me fazendo oscilar entre o divertida e o preocupada. A presença ocasional dos golfinhos me alegraria por sua forma espalhafatosa de seduzir.Enxergaria, fascinada, as barbatanas de enormes tubarões! As baleias também viriam de vez em quando. E eu as temeria pois elas nadam velozes na grandeza do mar. Eu não.

Então considero o escuro da noite. O céu permanece tão belo e esnobe quanto no dia, irradiando uma luz que não fere os olhos nem queima a pele: os astros! Infinitamente lindo! A noite, gentilmente, camuflaria os elementos que me trazem medo.

O deserto seria mais interessante? Sem golfinhos ou tubarões. Sem marés. As tempestades de areia... A vida escondida e venenosa da aridez.... La a noite conserva a riqueza e o brilho!

Penso então nas florestas, na possibilidade de faunos e duendes, os mosquitos e calombos, silvos, uivos, barracas, fogueiras... Não... Acho que não.

Acho que estou em casa se leio inspiradas passagens, se ouço a beleza quase palpável na harmonia da composição. Acho que existem pessoas que colecionam belezas. Afinal é impossível pra um feio produzir formas dignas. O feio pode produzir humor, graça. Jamais beleza!

A beleza exige muito! Ou quase nada...

Alias, essa coisa toda do quê seria de fato o belo, é discutido pela Filosofia. Em cada momento histórico, temos um referencial de beleza. Um sinônimo pras coisas que agradam ou que deveriam agradar. Uma subjetividade com enorme possibilidade de variação: a discussão estética.

Em suma: “pra quem sabe ler, um pingo é letra!”