Como Posso Estar Agora ( Por isso andei sumida do Recanto)
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O canudo chegaria nas mãos de um dos meus netos, Pedro Henrique.
Três dias antes, um ônibus com destino a Mato Grosso, saiu de Campina Verde, Minas Gerais, para homenagear o Novo Administrador de Empresma. Uma semana de algazarra entre os familiares que se acamparam no gramado da casa de seus pais, Sinésio e Líbia.
Avós , tios, primos, unidos num ambiente festivo. Uma novilha e um boi sustentaram o churrasco por uma semana. Duas tendas enormes cobriram mais de trezentas pessoas do dia vinte para o dia 21 desse.
Jantar farturento, desses que fazendeiro gosta. Uma sobremesa composta por três sabores, deixou muitos com vontade de levar a sobra para suas casas: Doce de leite cremoso, de mamão ralado com raspa de limão galego e uma bola de requeijão , compunham o pote individual de bom tamanho. Óbvio que a juventude, tomou conta dos sons que se cruzavam de um carro e de outro. O radialista contratado para animar a festa, teve pouco trabalho diante de tantos outros animadores que apareceram no momento.
No domingo,todo o mundo quis um almoço de roça. Frango ao molho, macarronada, polenta no capricho, mandioca e uma salada de babaçu e outra de tomate.
Uns diziam: __Gente, não come tanto pois temos que viajar!
Aí vem a pergunta: Como posso estar agora, não só eu que sou avó paterna do formando, mas os que iam ficar para trás, vendo aquele ônibus partir depois de uma despedida chorosa?
Um vazio enorme em cada canto da casa, do gramado, dentro dos frizzeres... Uma montanha de latas de skool brilhndo ao sol, garrafas de cerveja aos milhares para serem devolvidas...
Debaixo de um varandão a churrasqueira enorme ainda continuava
quente. O fogo químico já havia se apagado mas o calor dos sentimentos alí deixados, permaneciam acesos. Só quem entente de união familiar e fraterna poderá responder e afirmar o que eu posso estar sentindo ...
Águeda Mendes da Silva