90 anos de um líder, com a cara e a alma do povo
Hoje completariam 90 anos daquele que foi um dos maiores estadistas e, ao mesmo tempo, um dos maiores líderes populares e de esquerda na História do Brasil Republicano.
Um homem que, além de suas realizações administrativas como Prefeito e Governador de dois estados - fato inédito na história do Brasil -, foi uma das lideranças nacionalistas mais atuantes.
Através dele, foi interrompido um Golpe Militar em marcha, no final de agosto de 1961, através da Campanha da Legalidade. Com ele, o povo se organizou, levantou armas e defendeu energicamente - portando-se com bravura - em prol da soberania nacional e da posse de um dos presidentes mais engajados na luta pelas Reformas de Base.
Foi com ele (e só poderia ser mesmo ele!) que, além do pioneirismo da Reforma Agrária no Rio Grande do Sul, fez com que duas empresas subsidiárias norte-americanas (ITT e Bond and Share) fossem encampadas no Rio Grande do Sul, visando atender ao interesse da coletividade. E por isso, pagou um alto preço, obtendo gratuitamente a oposição indiscriminada dos EUA.
Um homem como ele, na incansável luta pelas Reformas de Base (tais como a agrária, universitária, urbana, tributária, dentre outras), organizou, através da Frente de Mobilização Popular (FMP) – já nos idos de 1962 –, a união dos movimentos sociais e do povo em geral. Estudantes, militares nacionalistas, trabalhadores, intelectuais, camponeses... todos organizados nos famosos “Comandos Nacionalistas” – ou o conhecido “Grupo dos Onze Companheiros”, por sinal, uma experiência empírica bastante bem sucedida na organização do povo, aos moldes clássicos do leninismo.
Um homem de garra. Um homem de princípios.
Um homem de mais de 6 mil escolas construídas no Rio Grande do Sul e de mais de 500 Centros Integrados de Educação Pública (CIEP’s) no Rio de Janeiro.
Um homem à frente do seu tempo, a ponto de criar adversários dentro e fora do trabalhismo, por conta de seus valores intransigentes em defesa dos interesses nacionais e populares. A ponto de ser incompreendido por um dos quadros intelectuais do PTB pré-1964, San Thiago Dantas, denominando-o de “esquerda negativa”, diante da veemência do líder trabalhista na proposição veemente a favor dos interesses nacionais.
Um homem que, diferente de muitos “trabalhistas” de hoje – que meramente cultivam o passado como forma de corroborarem e/ou legitimarem seus “espaços políticos” – olhava para frente e reinterpretava o trabalhismo varguista, trazendo novos significados à Carta Testamento; em suma, emprestando-lhe, ainda que de forma bastante empírica, uma leitura de fundo nitidamente protomarxista, com uma perspectiva de um genuíno nacionalismo democrático-popular.
De um reformismo revolucionário!
Um líder que, mesmo em pleno século XXI, inspira, com a atualidade de seus discursos e de suas bandeiras, não só as consciências e os corações dos brasileiros, mas, acima de tudo, os rumos que o Brasil deve tomar, no intuito de assegurar não só a sua pujança e a sua soberania, mas a solidariedade da nação brasileira aos irmãos latino-americanos, africanos e asiáticos e, principalmente, a defesa incondicional dos interesses dos trabalhadores, na condição de construtor e legatário principal do patrimônio nacional.
Um líder com palavras certeiras e, com certeza, mesmo sem saber, adepto da máxima de Engels, onde dizia que “uma grama de ação vale mais do que uma tonelada de teoria.” Mas, sem deixar, em momento algum, de seguir a visão trabalhista de Getúlio Vargas e Alberto Pasqualini; porém, com um sentido prático, visando a adesão e a mobilização das massas às agendas de fundo nacionalista e popular.
Um líder de ação (e como falta isso hoje!). Um líder, sobretudo, idealista e visionário, bem à contramão do oportunismo e do pragmatismo que se assenhoreiam da política atualmente.
Um líder com a cara e a alma do povo.
Com BR de Brasil.
BR de Brizola!