A prostituição do politicamente correto
Que vivemos no tempo do politicamente correto não é novidade para ninguém, afinal somos ensinados desde cedo que, mulheres devem falar baixinho para não parecerem mal-educadas, sentar de pernas cruzadas e vestirem-se de maneira recatada para não serem vistas como vulgares. Enquanto que os homens devem sentar-se de pernas abertas, falar em voz alta e sempre serem promíscuos para provarem a sua masculinidade. As coisas que nos envergonham devem ser tratadas por nomes de eufemismos criativamente pobres, roubados de slogans cheios de preconceitos desnecessários como: Mulheres da vida, homens diferentes, crianças especiais, portadores de necessidades especiais e homens do povo (políticos), enfim, ser politicamente correto é quase sempre a melhor maneira de lidar com as situações, pois, ninguém diz à namorada que é chata ou gorda, dizemos que ela é intensa e especial, ou ao chefe que ele é ignorante, mas que vê as coisas por uma perspectiva inovadora, não se chama o empregado de incompetente, em vez disso diz-se que ele possui um enorme potencial inexplorado e sempre que se quer aumentar a auto-estima dos pobres diz-se que eles fazem parte de uma classe socialmente desfavorecida. Nessa senda, ainda surgem as piadas politicamente corretas, que por algum motivo nunca são engraçadas. Mas o mais interessante mesmo são as críticas, que parecem mais movimentos de apoio, pois, terminam sempre com um lacônico: interessante! Ou vários discursos propositadamente generalizados sobre as opiniões a respeito das maravilhosas idéias semeadas durante aquelas tão proveitosas discussões sobre qualquer coisa.