O NEGRO...
Hoje andei muito resolvendo várias coisas.
Vi muita coisa e pensei muito enquanto caminhava nas ruas tumultuadas do Rio de Janeiro!
Enquanto caminhava, embaixo de sol causticante, pessoas desfilavam frente a mim, como passantes simbólicos num sonho.
Nada representavam!
Eu não as conhecia nem elas a mim.
Cumprimentei muitas.
Hábitos enraizados...
Ascensoristas, atendentes, vendedores...
Não lembro a roupa de nenhuma delas... Não guardei seus rostos!
Pessoas casuais num dia incomum...
Quando caminhava de volta a estação ferroviária, entrei pela Rua Buenos Aires, à procura de um objeto...
Foi aí que vi alguém!
Ele era negro... Dorso nu. Olhos baços. Ossos a vista.
Rasgava o papelão como quem rasga um pão.
Trabalhava rapidamente recolhendo o que o lhe davam...
Minha memória gravou essa pessoa tão fortemente, que derramei lágrima internas!
Desenhei a figura do negro em meus neurônios ingratos...
Muitos recolhem benesses, ele papelão!
E o judiciário então??!!
Que mundo cão!
Amei aquele negro trabalhador...
E desejei que o céu chovesse papelão sempre para ele e para tantos que não se corrompem!


Existe diferença entre ver e perceber...
INEZTEVES
Enviado por INEZTEVES em 20/01/2012
Código do texto: T3450795
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